Por Lucía Tedesco

O Ministério da Economia publicou dados oficiais sobre como a cannabis está avançando nas diferentes regiões da Argentina.

A agricultura é historicamente um pilar da economia argentina, e o marco regulatório da cannabis medicinal e do cânhamo industrial é um ponto que este setor não pode perder se quiser se tornar ainda mais indispensável para o país.

Assim, a crescente procura global de cannabis fez com que a Argentina aproveitasse a sua capacidade agrícola, científica e tecnológica para se posicionar como um actor-chave neste mercado em desenvolvimento.

A nova era da cannabis na Argentina

A virada para a indústria da cannabis na Argentina ocorreu em 2017 com a promulgação da Lei nº 27.350, que estabeleceu o marco legal para a pesquisa médica e científica sobre o uso medicinal da maconha.

No entanto, o verdadeiro impulso veio em 2023 com a criação da Agência Reguladora da Indústria do Cânhamo e da Canábis Medicinal (ARICCAME). Essa agência é responsável por regular toda a cadeia produtiva e comercial da cannabis no país, desde a pesquisa até a comercialização.

A presença de instituições como o INTA e o CONICET tem sido fundamental para o desenvolvimento de culturas de alta qualidade e para a investigação de novos usos da cannabis e do cânhamo. Da mesma forma, a luta dos activistas, dos pacientes e dos seus familiares, que promoveram o autocultivo, tem sido crucial.

Principais projetos e expansão regional

A geografia da cannabis na Argentina está distribuída principalmente na Cidade Autônoma e na Província de Buenos Aires, que concentram mais de 50% dos projetos aprovados. No entanto, é em províncias como Jujuy, La Rioja e Misiones onde se desenvolvem os projetos mais ambiciosos.

Em Jujuy, Cannava S.E. Destaca-se como a primeira empresa estatal do setor de cannabis medicinal na Argentina. Eles não só conseguiram cultivar cannabis de alta qualidade, mas também desenvolveram medicamentos que já estão no mercado.

Em La Rioja, a Agrogenetica Riojana SAPEM conseguiu registar a primeira variedade nativa de cannabis no Instituto Nacional de Sementes (INASE). Este facto abre portas para futuras exportações da província.

Misiones, por sua vez, optou por projetos como Misio-Pharma e Biofábrica, que se concentram na produção de cannabis para uso medicinal e na pesquisa de produtos biotecnológicos relacionados. Estas iniciativas estão comprometidas com o desenvolvimento de uma indústria diversificada e tecnologicamente avançada.

Oportunidades e desafios

As regulamentações internacionais e a necessidade de cumprir padrões de qualidade globais, como as certificações EU GLOBAL/GAP e EU GLOBAL GMP, são alguns dos maiores desafios que esta indústria enfrenta.

No entanto, as oportunidades são igualmente grandes. O crescimento da procura global de cannabis medicinal e produtos industriais de cânhamo, combinado com a capacidade de produção agrícola da Argentina, posiciona o país como um potencial líder neste mercado.

No entanto, essa prosperidade só pode ser garantida se o trabalho regulatório da ARICCAME continuar a facilitar a produção e a apoiar a qualidade e segurança dos produtos no mercado.

Apesar das boas perspectivas que o Ministério da Economia mostra dos benefícios da indústria da cannabis, as disputas em torno das autorizações para pacientes e do apoio a projectos científicos continuam, e é difícil compreender como continuam os actores-chave para que a cannabis prospere no país. ser violado.

Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização