Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização
Por Hernán Panessi
“O objetivo da exposição é desfazer a hipocrisia em torno da cannabis, aquela que pune os hábitos de uma comunidade condenada como ‘monstros à espreita’”, ataca Christo Carnelli, organizador de “El monstruo que no dejan salir (O monstro que eles não deixam escapar)”, uma irônica exposição de arte que torna visíveis os sempre sinuosos cachos da luta da cannabis.
Com uma noção imparcial, o passeio artístico localizado no La Base Cultural, o centro cultural cannabis de Avellaneda, Argentina, oferece cerca de 100 obras expostas em um espaço de quase 500 metros quadrados. Lá desfilam esculturas, pinturas e aquarelas feitas com flores e folhas de cannabis sativa.
“É montada e gerida por seus próprios militantes, organizadores, produtores, artistas e patrocinadores, então esse show é um monstro em si”, confessa o gerente cultural.
Arte cannábica
Fernando Brizuela e Jacko Rial são os artistas que fazem parte da obra. Ambos trabalharam juntos no MALBA como editor e depois Fernando também como expositor. Naquela época, Fernando se dedicava às intervenções da cannabis em suas esculturas e / ou monstros há mais de uma década, além de possuir uma quantidade avassaladora de aquarelas de cannabis.
Da mesma forma, Jacko expõe aqui sua primeira série de cannabis intitulada “TRICHOMAS”, onde as glândulas de resina em diferentes estágios de maturação podem ser vistas em uma lente de “foco micro / macro”.
“Por enquanto, eles compõem a primeira seleção de artistas com séries preparadas para sair e fotografar e serem testemunhas de casos de uma tendência totalmente nova que não para de surpreender”, explica Carnelli.
Entre as estrelas da amostra, o voto coletivo concorda que é a “Cannabic Monster Mouths Ball”, que está pendurada na terceira sala e simboliza “a grande montanha de discursos monstruosos que se acumularam até agora e que voam sobre nossas cabeças e limita as vontades ”.
— O que você busca tornar visível com a exposição?
— Queríamos iluminar com arte o que alguns ainda não querem ver. E nós fizemos isso. Procuramos tornar visível que diferentes protagonistas do submundo do mundo da cannabis possam organizar e, sem grande lobby, realizar um evento autogerido. Maconha, cultura e identidade unidas. Portanto, o grito é específico: nada mais se pode negar, uma vez que, por um lado, ainda há novos presos por escolherem a maconha e uma linha de causas e penas para plantá-la. E, por outro lado, com vozes e coros animadas, a política declara a industrialização e a soberania potencial por meio dela de interesse nacional. Portanto, não pode haver negócio com maconha enquanto houver detidos por plantar. É incrível, mas real.
A versão virtual
Diante dos rumores de confinamento surgidos em meados de março de 2021, ocasionados pela delicada situação de saúde provocada pela COVID-19, os organizadores da mostra também decidiram apostar na versão virtual.
“Nunca acreditamos que atingiria a quantidade de público que alcançamos”, diz Carnelli.
Desta forma, “O monstro que eles não deixam sair” faz um tour virtual gratuito de 360° que, segundo seu organizador, “não tem nada a desejar aos museus de primeira classe”.
Entretanto, esta opção 360 ° também estreitou lacunas nas distâncias físicas: “É uma resistência que o público aprecia porque, embora não queira e foi virtualmente, o monstro começou a surgir”.
O papel da Southern Cannabiculture Association
A Southern Cannabiculture Association se dedica a divulgar todos os benefícios e usos da planta cannabis. Desde o uso ancestral e cultural, ao uso lúdico responsável, ao uso terapêutico e medicinal, e também aos seus usos industriais.
Além disso, eles se concentram em ajudar todas as pessoas que se preocupam com a planta e seus fitopreparações.
“Entendemos que a informação é essencial para ter acesso à cannabis de qualidade”, diz Pedro Bushkalian, membro da Southern Cannabiculture Association e um dos colaboradores da exposição “O monstro que eles não soltam”.
– Neste momento, como você vê a cultura canábica argentina?
– Devemos reunir as bases daquilo que cada campo popular do campo da cannabis gera, aquilo que define a cultura. Com recursos combinados daremos lugar para revigorar todos os tipos de visibilidade e empreendimentos de identidade indiscutível. Quanto mais cedo se fortalecer neste sentido, mais espaço e peso cultural atingiremos e, portanto, mais direitos e horizontes conquistaremos – Fecha Carnelli.
Por enquanto, a amostra estará disponível no C.C. La Base Cultura (Av. Bartolomé Mitre 252, Avellaneda) até 21 de setembro. E, além do espelho online, já planejam uma versão federal.
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