Bob Burnquist é o maior skatista brasileiro. Multicampeão no vert, esteve sempre em busca de inovações, tanto que foi um dos mentores da Mega Rampa e possui uma em seu quintal na California. Como todos os atletas de alto rendimento, sempre sofreu com lesões e dores no corpo e é por isso que hoje é dos maiores defensores da utilização da maconha para fins medicinais e recreativos.
Socio da empresa Farma Leaf, em parceria com o chef Alex Atala, Bob tem sido uma das vozes mais fortes em prol da utilização da erva. Em seu instagram são frequentes os posts mostrando os benefícios da maconha e pedindo a legalização de seu uso. Em entrevista ao Globoesporte.com o skatista voltou a defender a maconha.
– É uma luta contra a hipocrisia, parar de besteira, é uma coisa que já era para termos ultrapassado, estamos em 2020, e a gente vê o atraso, a lei pela ignorância. Não é só a cannabis. Agora acontece, por exemplo, na forma de lidar com as diretrizes da saúde na pandemia. É mais político que saúde. Está errado. Tudo errado. A gente pega: “liberou shopping, fecha a praia”. Mas na praia tem estudo de que não se pega tanto porque é espaço aberto, e shopping é fechado. Por que estão acontecendo essas coisas?.
Bob também fez questão de vestir a camisa da maconha, se assumir maconheiro e defender que a erva deixe de ser vista como doping na Wada e defender a legalização do uso recreativo da maconha.
– Minha luta é abrir a mente das pessoas: “Ah, Bob, depois de uma carreira tão bonita você vai botar um asterisco no seu nome?”. Asterisco é anabolizante. Maconha? Esse asterisco pode colocar: sou maconheiro desde sempre, só que hoje tenho um posicionamento profissional. E não tem papa na língua. Falam: “medicinal ok, mas e o recreativo? Deixar vagabundo fumando na esquina não aceito”. Por que? Você sai para tomar sua cervejinha e relaxar. Álcool zoa mais. Se me machucar, paro de beber, mas não paro de fumar maconha, porque acelera minha cura. A bebida desacelera e é legal. Maconha é ilegal. Não sou um cara fora da lei, mas tem lei que tem que ser contestada – explicou.
Sócio de Alex Atala, Bob contou que sua empresa, a Farma Leaf, não é apenas focada em cannabis, como a Mike Tyson, mas no poder das plantas medicinais e diz que pode trabalhar de própolis a remedies com THC.
– Minha parada é planta medicinal em geral. Não é uma empresa de maconha. Quero mostrar a forma de se curar com as plantas. Para trazer produto para o Brasil, precisamos de estudos clínicos, se associar a laboratórios, temos essa conversa em andamento. Quero produtos variáveis, até própolis. Mas, eventualmente, quero ter produtos com THC (princípio ativo da maconha).