A utilização medicinal da cannabis tem conquistado cada vez mais espaço no país. Ainda que o Projeto de Lei 399/2016 esteja parado na Câmara dos Deputados em Brasília, cidades e municípios começam a organizar debates com a sociedade sobre o uso medicinal da planta.
Nesta semana a Câmara Municipal de Campo Grande realizou a “Audiência Direito à Saúde em Meio ao Proibicionismo”, a 1ª Audiência Pública sobre o uso da cannabis para fins medicinais. O evento, de autoria da vereadora Camila Jara – PT, contou com a participação de diversos atores da sociedade civil, como mães, médicos e associações.
“Debater este tema numa audiência pública é fundamental para que a gente quebre o tabu e mostre que atualmente tem pessoas que estão tendo seu direito ao tratamento de saúde negligenciados por puro preconceito”, disse a vereadora Camila Jara ao canal da Câmara Municipal.
“A ideia é debater sobre o tema incansavelmente, tirar encaminhamentos, para ver como que a gente vai garantir o acesso para a população e, principalmente, para a população que mais precisa. A ideia é que a gente possa democratizar o acesso para que todas as pessoas possam ter o mesmo direito ao tratamento”, complementou.
Jéssica Albuquerque, cuja história já contamos aqui e é presidente da associação Divina Flor, também esteve presente no evento para dar o seu depoimento sobre a utilização medicinal da cannabis.
“Ocupar esses espaços, trazer informação e mostrar para as pessoas que a cannabis é remédio é o nosso objetivo aqui”, destacou Jéssica.
A discussão, que foi transmitida pelos canais da Câmara no Facebook e no Youtube, trouxe dados e informações históricas sobre a pesquisa, tratamento e legislação.
Fabianne Rezek, mãe de um menino que precisou ser tratado com o óleo da cannabis, contou que seu filho chegou a ter 25 crises epiléticas por dia, mas graças ao óleo elas cessaram e, hoje, ele já vai à escola e consegue até se exercitar.
“A cannabis é remédio sim, é barata e principalmente é eficaz”, enfatizou.