Por Lucía Tedesco
Desde a legalização da cannabis na Alemanha, os clubes dedicados ao cultivo passaram a desempenhar um papel fundamental para o país. Contudo, parece que o progresso destas associações está a ser dificultado por um sistema burocrático complicado e regulamentos pouco claros.
Presumia-se que em julho os clubes poderiam começar a cultivar e distribuir maconha aos seus membros. No entanto, muitos não conseguirão fazê-lo devido à falta de clareza nos regulamentos.
Jana Halbreiter, presidente da Associação Alemã de Cannabis (CAD), explicou a situação, segundo RBB24: “Pessoalmente, não conheço nenhum clube que esteja atualmente construindo estufas ou outros edifícios”. Atualmente, existem mais de cem clubes no país, mas poucos avançaram nos seus planos de cultivo.
O problema dos clubes de cannabis na Alemanha, segundo Halbreiter
A falta de segurança no planejamento é um dos principais problemas. Os estados federais ainda não estabeleceram parâmetros claros para o licenciamento ou designaram as autoridades responsáveis na maioria dos casos. “A autoridade terá três meses para aprovar ou rejeitar o pedido, o que poderá causar ainda mais atrasos se for utilizado o tempo integral”, explicou o representante do CAD. Além disso, não está claro como deveria ser o trabalho de prevenção dos clubes.
Esta incerteza impede a maioria dos clubes de investir grandes somas de dinheiro nas suas instalações. “Não adianta correr se você não sabe para onde ir”, disse Halbreiter.
Por exemplo, o Berlin Cannabis Social Club, dirigido por Torsten Dietrich e a sua equipa, espera poder distribuir a sua primeira colheita no início do próximo ano, quando o clube inicialmente planeava construir uma estufa (já tinha escolhido um terreno), com contratos de aluguel programados para serem assinados. Mas a licença não pôde ser gerenciada até 1º de julho. “Achei que poderíamos fazer isso”, disse Dietrich.
Mesmo em Berlim permanece incerto qual autoridade será responsável pela concessão destas licenças. Alguns membros deixaram o clube devido a atrasos, mas Dietrich ainda espera poder iniciar o cultivo em outubro.
Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização