Por Lucía Tedesco
A votação do sétimo dos oito debates sobre o projeto que busca descriminalizar e regulamentar a maconha para uso adulto na Colômbia foi adiada e a implementação da iniciativa está atrasada. Embora faltem apenas duas votações para que vire lei, o caminho para sua aprovação começa a ser longo.
Foi devido à ausência de vários senadores. A relatora do projeto, María José Pizarro, tentou completar o número mínimo de parlamentares para poder tomar decisões. Havia apenas quatro senadores presentes no início da sessão.
De fato, o presidente da Primeira Comissão Constitucional Permanente do Senado, Fabio Amín, teve que pedir aos assessores dos parlamentares que entrassem em contato com seus chefes. Mas o atraso da votação não teve só a ver com isso.
Acontece que o senador David Luna anunciou a saída do Cambio Radical da Comissão em protesto contra o ministro do Interior, Luis Fernando Velasco. Luna argumentou que houve denúncias contra a Unidade Nacional de Proteção, que responde ao ministro, e mencionou ameaças e agressões sofridas pela vice-presidente da Comissão, Aída Quilcué, que já foram discutidas.
“Vários de nossos colegas indicaram que estão muito preocupados com a retirada ou redução de seus esquemas de proteção”, disse Luna, de acordo com o Infobae. Ele também disse que a posição de Velasco era “infeliz” e “não digna de um democrata”. Diante da falta de discussão produtiva e em solidariedade aos colegas, Luna decidiu que sua bancada não participaria dos debates até que recebesse um pedido de desculpas do ministro.
Houve um boicote à maconha no Senado colombiano?
Após duas horas de espera, a sessão foi encerrada sem a votação prevista. O projeto de descriminalização da maconha para uso adulto está em situação delicada, já que dois senadores fundamentais para formar a maioria não estiveram presentes: Roy Barreras, cuja eleição foi suspensa, e Humberto de la Calle, que está na Espanha devido a compromissos previamente agendados.
Carlos Losada, autor do projeto, questionou a viagem do senador de Calle, ao mesmo tempo em que argumentou que o encontro com o ex-presidente Felipe González era urgente e relacionado à implementação do acordo de paz.
A incerteza e a possibilidade de que o projeto não avance preocupam os defensores da descriminalização da maconha para uso adulto.
Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização