O movimento global ao redor da regulamentação da maconha ou cannabis sopra ventos cada vez mais fortes ao redor do globo. Na Argentina, está sendo impulsionada com a mudança na Presidência da República, governada desde dezembro do ano passado por Alberto Fernández que já sinalizou mudanças nas políticas ligadas ao tema, mas o movimento para que isso aconteça vem de grupos e pessoas que se articulam faz muito mais tempo.
Esse é o trabalho da Confederação Cannábica, organização criada no ano de 2019, na Argentina, no emblemático Hotel Bauen, local de especial importância para a luta dos trabalhadores no país. Atualmente a organização tem 120 membros ativos no país, cujo objetivo é criar uma rede mundial não apenas de empreendedores, mas de usuários, empresários, associações canábicas, além de associações políticas e civis
Para a Confederação Canábica o desejo para o ano de 2020, na Argentina, é ter uma mesa de diálogo com o governo para que o setor da indústria e comércio tenham representantes que de fato representem o movimento. O porta-voz da organização, o empresário Leandro Ayala sinaliza que o trabalho internacional acontece mediante contato constante com os membros de outros países, com intercâmbio de apoio em diversas áreas.
“A partir das viagens realizadas no decorrer destes 18 anos, as vivências obtidas em diversas cidades do mundo, entendendo a conjuntura mundial no que diz respeito a cannabis pela necessidade de estabelecer conexões, surge a ideia de formar a Confederação Canábica, que atualmente conta com oito países membros: Brasil, Chile, Colômbia, China, Espanha, México, Rússia e Uruguai”, destaca Ayala.
A Confederação observa com “muito entusiasmo as ideias do novo governo a respeito do estabelecimento de novas políticas com relação a Cannabis”, acrescenta Ayala que destaca o posicionamento publicado pela organização junto ao governo a respeito da regulamentação e do envolvimento de ministérios e secretarias governamentais.
Ao Governo Nacional Argentino e a toda comunidade, a Confederação Canábica informa: Um passo à frente e um olhar mais aprofundado
Não pedimos postos de trabalho e muito menos planos sociais. Porque nós somos geradores de muitos postos de trabalho, empresários da canábis e além disso, somos formadores de empreendedores – uma posição-chave.
Levantamos as bandeiras da cultura do trabalho e desejamos que todo aquele que queira crescer neste grupo, possa fazer isso. E para isso, necessitamos uma lei que amplie direitos para potencializar uma indústria com um olhar nacionalista de inclusão e possibilidades para todos. Uma verdadeira mesa de diálogo importante é necessário em um curto prazo, e depende de nós, os atores da indústria e autoridades nacionais, das províncias e dos municípios estar a altura das circunstâncias.
Nossa organização propõe uma vez aprovada a lei, haja uma regulamentação que tenha ingerência de todos os ministérios da nação. Um verdadeiros plano integral que reúna os seguintes órgãos em uma mesa ampla como parte de uma política de estado.
Ministério da Saúde: Algo muito óbvio. Para colocar ao alcance dos argentinos e argentinas de todo o país, medicamento baratos e a preço justo, rastreáveis e seguros com os controles adequados para que também contemplem o uso artesanal dos óleos de fabricação caseira.
Ministério do Desenvolvimento Produtivo: Para planejar o modelo de desenvolvimento dos cultivos para pequenos e médios produtores, e cultivos em grande escala.
Ministério do Desenvolvimento Social: com as receitas geradas levar adiante políticas para as pessoas em maior vulnerabilidade social.
Secretaria de Comércio: Para registrar os comércios, como grow shops, lojas de cultivos y dispensários (pontos de venda).
Secretaria de Meio Ambiente: para detectar solos danificados e ajudá-los com o cânhamo para que se fortaleçam e resolvem problemas ambientais.
Ministério de Turismo e Esporte: Para que se fortaleça nas baixas temporadas, o turismo canábico em todo país com integração ao turista estrangeiro.
Ministério da Justiça e Direitos Humanos: Para que sejam postas em liberdade todas as pessoas presas por cultivo, venda de maconha, sementes e seus derivados, e que sejam encerrados os processos penais vinculados.
Ministério do Trabalho: Para hierarquizar o cultivador de cannabis criando um sindicato que defenda seus direitos.
Ministério das Mulheres, Gênero e Diversidade: Para valorizar e fomentar o desempenho das mulheres no campo de ação do tema e ocupar nos ministérios mencionados acima cargos coordenados por elas.
Ciência e Tecnologia: Para ampliar a capacidade de nossos pesquisadores e para que se tenha um rápido aumento no orçamento para a pesquisa.
Indec: Para que tenhamos dados, avaliações e análises correspondentes em termos estatísticos e macroeconômicos.