Neste final de semana acontece o terceiro workshop do Hempreenda Xah!, uma iniciativa da Xah com Mariaz, um hub de inovação e hempreendedorismo feminino canábico, que contará com a participação da cannabis business advisor Cintia Vernalha.
Chamado de ‘Não pira’, este terceiro e último workshop da série do Hempreenda Xah! falará sobre modelos de negócios canábicos, MVP, como fazer um roadmap e ajudará a hempreendedora a construir o pitch deck de sua startup.
As atividades são ministradas por Katia Cesana, CEO da Xah com Mariaz e Danila Moura, COO da Xah com Mariaz. O diferencial do programa Hempreenda Xah é o compartilhamento da experiência da Xah com Mariaz como primeira startup canábica a ser acelerada em parceria com o Google for Startups, graças a participação no programa Pulse, da B2Mamy, hub focado em desenvolvimento de startups para mulheres e mães. Outro marco é ser a primeira startup canábica graduada na aceleração do Founder Institute em São Paulo, a maior aceleradora de startups do Vale do Silício (EUA).
E nós conversamos com a Cíntia Vernalha para saber um pouco mais sobre ela, sobre o workshop e o papel da mulher no cenário da cannabis no Brasil e no mundo.
Graduada em administração de empresas pela PUC-SP e pós graduada em comunicação pela USP, Cintia tem mais de 15 anos de atuação comercial em multinacionais de bens de consumo como Nestlé e Reckitt Benckiser. Na área farmacêutica, atuou na divisão de genéricos da EMS, a maior indústria farmacêutica brasileira, e participou do lançamento da Exeltis no Brasil. Hoje, atua como consultora para empresas que querem operar no mercado de cannabis brasileiro. Ela reside na Flórida, é International Relations da Xah com Mariaz e colunista do Sechat
Weederia – Conte brevemente sua trajetória até o iniciar no mercado canábico.
Cintia Vernalha – Antes de iniciar no mercado canábico eu trabalhei em algumas empresas de bens de consumo como Nestlé e Reckitt Benckiser e empresas do mercado farmacêutico como EMS e Exeltis.
W – Como entrou no mercado da cannabis?
CV – Faz 4 anos que moro nos EUA. Cheguei no ano em que a Farm Bill (lei que regulamentou o plantio e a produção de produtos com o cânhamo) foi aprovada por aqui. Eu assisti o boom que essa indústria deu, não apenas na quantidade de produtos disponíveis mas, também, na aceitação junto à população. Em 2019 tivemos a aprovação da RDC 327 no Brasil e muitas empresas começaram a me procurar para entender como elas poderiam atuar.
W – Como vê o cenário canábico no Brasil e o que podemos aprender do mercado norte-americano?
CV – O principal aprendizado que podemos ter com o mercado norte-americano é que a indústria da cannabis precisa ser aprovada com um todo. Hoje, as empresas nos Estados Unidos passam por uma série de dificuldades para se adequarem às diversas regras regionais e para conseguirem serviços de outras empresas, já que a operação ainda não é legalizada em nível federal. Além disso, temos a grande contradição do mercado: enquanto muitas empresas estão ganhando dinheiro com a cannabis, diversas pessoas ainda estão presas.
O Brasil está seguindo o mesmo erro. Enquanto a ANVISA libera produtos para as drogarias, as empresas ainda não encontram serviços preparados para atendê-las e nem uma forma de produzir os produtos dentro do País. O País precisa criar leis federais que englobem todo o mercado e todos os seus agentes para que realmente a indústria seja construída de forma a contribuir para a melhoria da sociedade.
W – Você trabalhou em grandes corporações como a Nestlé, Reckitt Benckiser e EMS. O que o mercado da canábicas pode aprender com elas?
CV – Grandes corporações não enxergam seus concorrentes apenas como oponentes no mercado. Muitas empresas fazem parcerias com empresas do mesmo setor para diminuir custos, para dividir as boas práticas, para construírem melhores relacionamentos com o varejo. E dessa forma, toda a indústria sai ganhando.
Esse é um grande aprendizado para o mercado da cannabis brasileiro. Somos um mercado pequeno que precisa se unir para construir uma indústria que realmente atenda a todos.
W – Qual a importância de termos iniciativas como a Heemprenda Xah?
CV – O Heemprenda é um programa perfeito para mulheres que estão em busca de mudança. É um espaço para o desenvolvimento pessoal e profissional, para formação de parcerias e para o debate de ideias. É um espaço para as mulheres se enxergarem como agentes de mudança não apenas da realidade em que se encontram, mas também da sociedade em que estão inseridas.
W – Qual a importância da Xah com Mariaz para o cenário canábico brasileiro?
CV – A Xah com Mariaz é um ponto de apoio para todas as mulheres do universo canábico. Precisamos nos unir para construir uma indústria mais inclusiva e mais humana. A Xah com Mariaz torna essa troca de experiências, essa construção de parcerias e a formação desse grupo unido pelo mesmo propósito possível.
W – Você pode comentar um pouco sobre o material que está preparando para as mulheres que irão participar do Heempreenda Xah?
CV – Levarei vários conceitos e exemplos práticos para que essas mulheres desenvolvam os seus projetos da melhor forma possível. Falaremos bastante sobre como identificar as oportunidades e ameaças desse mercado e como desenvolver um plano de negócios.
W – Como vê a participação das mulheres neste universo da cannabis e quais são os grandes desafios? Como as mulheres podem se preparar para este desafio e quais mudanças a sociedade deve ter para isso?
CV – O maior desafio que temos é o preconceito. As mulheres já enfrentam uma maior dificuldade que os homens para atingirem uma posição de destaque no mundo corporativo em geral. Em cannabis essa dificuldade aumenta pois ainda temos os tabus que rodeiam essa planta. Por isso, as mulheres que querem atuar nessa área precisam ter muito claro quais são as motivações que as levaram até aqui.
A melhor forma de enfrentar esses desafios é em conjunto com outras mulheres que já passaram ou que também estão enfrentando as mesmas dificuldades. Por isso comunidades como a Xah com Mariaz são tão importantes para esse universo.
Por que fazer o Hempreenda Xah! é importante?
O momento atual de pré legalização, que vivemos no Brasil, é ideal para as mulheres atuarem no mercado canábico enquanto não existe concorrência desproporcional com grandes players da indústria. O programa Hempreenda Xah! dá as bases para estruturar uma ideia e preparar as mulheres com ferramentas e atividades para iniciarem um projeto e esboçar modelos de negócio dentro das possibilidades das áreas canábicas da medicina, moda, softwares, infoproduto, educação, skincare, bem-estar, biocombustível, bioconstrução.
O Hempreenda Xah é indicado para:
-Mulheres com ideia de negócio canábico
-Mulheres sem ideia de negócio canábico
-Mulheres que desejam esboçar o início do modelo de negócio para seu projeto canábico
-Mulheres em transição de carreira para o mercado da Cannabis
-Mulheres que ainda não encontraram a ideia de negócio, mas querem atuar com Cannabis
-Mulheres que precisam inovar seu negócio com uma linha canábica
-Mulheres que desejam trabalhar com um propósito transformador em pró da Cannabis
Informações completas no link: https://www.xahcommariaz.com/hempreenda-xah-maio
