Por Lucía Tedesco

A agência antidrogas dos Estados Unidos, a Drug Enforcement Administration (DEA), alertou que em breve lançará novas regras relacionadas aos canabinoides sintéticos. Terrance Boos, Chefe da Seção de Avaliação Química e de Drogas da DEA, fez o anúncio durante seu discurso em 4 de maio.

Essas medidas são baseadas nas recomendações do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) dos Estados Unidos. A apresentação de Boos abordou vários tópicos, incluindo reclassificação de drogas, operações de falsificação de pílulas e tráfico de drogas pela internet.

Durante a conferência, foi destacada uma seção dedicada a drogas como opiáceos sintéticos, benzodiazepinas e canabinóides sintéticos, desde o CBD ao delta-8 THC. O referente da DEA mencionou, de acordo com o High Times, que: “a regra proposta trata o CBD sintético com <0,1% delta-9-THC da mesma forma que o material isento de AIA [ato de melhoria agrícola]”. Isso sugere uma possível desclassificação do CBD sintético.

A apresentação também abordou a história do delta-8 THC, sua origem, fabricação e os estados que proibiram ou regulamentaram seu uso. Boos explicou que o delta-8 THC é encontrado em quantidades limitadas naturalmente na cannabis, enquanto a maioria dos produtos delta-8 THC são produzidos químicamente a partir do CBD. Porém, ele alertou que esse processo químico pode incluir essas substâncias na Lei de Substâncias Controladas.

As novas regras da DEA ainda não foram reveladas publicamente. Mas isso pode mudar a classificação dos canabinoides derivados do cânhamo. Os advogados de maconha do escritório Vicente LLP sugeriram que essas novas regras poderiam estar próximas. Na verdade, eles escreveram em seu site que “é importante que as empresas permaneçam engajadas com a atual atividade de programação da agência federal relacionada à maconha e ao cânhamo, o que afetará a legalidade dos produtos de cannabis”.

Eles também mencionaram que o FDA e o DEA estão preparando reformas em relação à maconha e ao cânhamo. Além disso, eles agirão para que legislações importantes do Congresso, como a Lei Agrícola de 2023, alterem a classificação legal de certos produtos de cannabis. Espera-se que a DEA revise as recomendações do HHS, conduza sua própria análise e publique uma regra proposta no Federal Register no outono, de acordo com Vicente LLP.

Em fevereiro deste ano, a DEA afirmou que os canabinoides Delta-9-THCO e Delta-8-THCO não são considerados cânhamo e são considerados substâncias controladas. A FDA também manifestou interesse em revisar a classificação da maconha e está trabalhando com o Instituto Nacional de Abuso de Drogas (NIDA) para avaliar a situação. No entanto, a decisão final está nas mãos da DEA.


Matéria originalmente publicada no site Benzinga e adaptado ao Weederia com autorização