Alguns dos desenvolvimentos mais promissores da maconha medicinal são as possibilidades que ela oferece para idosos que lutam contra condições crônicas. A maconha é conhecida por seu amplo efeito, tratando uma variedade de doenças e distúrbios sem fornecer efeitos colaterais significativos. Isso por si só já faz com que se destaque em um mercado repleto de opióides e medicamentos que afetam a qualidade de vida das pessoas.
Embora a pesquisa sobre a maconha e seu efeito em idosos seja limitada, confiando muito em evidências anedóticas e no médico que a prescreve, um pequeno estudo realizado em Genebra forneceu algumas provas com base científica.
No estudo, 10 mulheres com demência grave receberam uma dose de cannabis contendo CBD e THC. O estudo constatou que quanto maior a dose, melhores os resultados, com os pacientes demonstrando um comportamento mais calmo e positivo, menos problemas com rigidez e melhor capacidade de conduzir seus cuidados diários. Medicamentos psicotrópicos foram retirados do tratamento das mulheres e seu comportamento melhorou em 40%, tornando mais fácil para seus cuidadores fazerem seu trabalho e para que a instalação funcione sem problemas. Nenhum efeito colateral negativo foi relatado.
A demência não é uma doença única, é um termo geral que abrange uma ampla gama de condições médicas específicas, como o Alzheimer. Os distúrbios agrupados sob o termo geral “demência” são causados por alterações cerebrais anormais que desencadeiam um declínio nas habilidades de pensamento, também conhecidas como habilidades cognitivas, graves o suficiente para prejudicar a vida diária e a função independente.
Os sinais de demência podem variar muito e podem afetar, fortemente, a memória. Muitas condições são progressivas, o que significa que os sinais de demência começam lentamente e gradualmente pioram.
Algumas das pesquisas mais promissoras envolvendo a cannabis são as possibilidades que ela oferece para idosos que lutam contra condições crônicas. A cannabis é conhecida por seu amplo efeito de neurogênese, processo pelo qual as células do sistema nervoso, os neurônios, são produzidas por células-tronco neurais.
Inúmeros desses estudos apontam mais claramente para os canabinoides como tratamentos eficazes para a demência. Em 1997, um grupo dos EUA relatou que pacientes com doença de Alzheimer experimentaram aumento do apetite e redução do comportamento perturbado após receberem um medicamento à base de THC
Em 2019, um hospital em Genebra descobriu que uma dose mais alta de extrato oral de cannabis com THC e CBD foi bem tolerada e melhorou muito os problemas comportamentais, a rigidez muscular e os cuidados diários em 10 pacientes do sexo feminino com demência.
Um outro estudo realizado por pesquisadores de Gênova com 10 mulheres com demência grave que receberam uma dose de cannabis contendo CBD e THC constatou que quanto maior a dose, melhores os resultados, com os pacientes demonstrando um comportamento mais calmo e positivo, menos problemas com rigidez e melhor capacidade de conduzir seus cuidados diários.
Mas, porque a cannabis pode auxiliar no tratamento da demência? A resposta está em nosso Sistema Endocanabinoide. Canabinoides de todos os tipos – internos, derivados de plantas e sintéticos – podem se ligar aos receptores desse sistema e impactar processos como aprendizado, memória, sono reparador e outras funções cognitivas, que são frequentemente prejudicadas em pacientes com demência.
Como a terapia canabinoide ainda está em desenvolvimento, ainda há falta de pesquisa
De fato, há uma falta de pesquisa clínica quando se trata de cannabis e demência, mas você pode restringir as opções observando a pesquisa pré-clínica sobre compostos específicos, principalmente canabinóides e terpenos. Não há uma resposta definitiva, mas produtos com concentrações médias a altas de CBD e concentrações médias a baixas de THC tem demonstrado bons resultados.
Outro fator aliado são os terpenos. Com base em dados pré-clínicos, limoneno, pineno e beta-cariofileno mostram benefícios potenciais para a demência:
Ainda há muito o que se evoluir sobre a utilização da cannabis para a demência. No entanto, os benefícios demonstrados em estudos e que também podemos ver em nossos consultórios, são promissores. Mas, lembre-se, antes de iniciar qualquer tratamento converse com o seu médico.