Neste mês de março vou continuar a trazer temáticas relacionadas à saúde da mulher. Estima-se que no Brasil cerca de 65 mil pessoas sofram com lúpus, sendo a maioria mulheres. Lúpus – “Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)” – é uma doença inflamatória autoimune, que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, como pele, articulações, rins e cérebro.
A ciência ainda não sabe ao certo o motivo pelo qual o corpo humano desenvolve o Lúpus. Estudos recentes indicam que as doenças autoimunes, como o Lúpus, podem ser uma combinação de fatores como: hormonais, infecciosos, genéticos e ambientais.
O diagnóstico para Lúpus também não é muito simples, uma vez que os sintomas podem variar muito de pessoa para pessoa e mudam com o passar do tempo.
Diante deste cenário, a utilização medicinal da cannabis tem surgido como uma aliada no tratamento. Ao longo da história a cannabis tem sido utilizada para aliviar inflamações e distúrbios autoimunes, tudo por conta do papel que o Sistema Endocanabinoide desempenha na função imunológica do corpo.
Um estudo de 2010 publicado na revista Immunobiology aponta para as possibilidades da cannabis como um tratamento viável para doenças autoimunes. De acordo com a publicação, ‘os canabinoides demonstraram atuar como potentes agentes imunossupressores e antiinflamatórios e mediar efeitos benéficos gama de doenças imunomediadas, como esclerose múltipla, diabetes, choque séptico, artrite reumatoide e asma alérgica’.
De fato, pesquisas recentes mostram que o sistema endocanabinóide está envolvido em distúrbios caracterizados por autoimunidade e inflamação, como esclerose múltipla, doença celíaca e artrite reumatóide.
Um estudo de 2013 em pessoas com doença celíaca relatou que eles tinham níveis mais altos de receptores CB1 e CB2 em partes do trato digestivo afetadas pela doença e que esses níveis voltaram ao normal após a remissão da doença.
O único grande estudo nesta área comparou os níveis de endocanabinóides em indivíduos saudáveis e naqueles com lúpus, destacando duas descobertas principais:
Pessoas com lúpus tinham níveis elevados de 2-AG, que é o principal endocanabinóide que se liga aos receptores CB2. Houve uma ligação entre níveis mais altos de 2-AG e menor atividade da doença, sugerindo que o sistema endocanabinoide estava efetivamente suprimindo o lúpus
Os benefícios antiinflamatórios do THC e CBD, principalmente, foram demonstrados em modelos animais e em alguns estudos humanos de pessoas com distúrbios autoimunes.
Da mesma forma, os efeitos analgésicos da cannabis foram relatados em dezenas de estudos em humanos. Além disso, há evidências de que a cannabis pode aliviar outros problemas que podem ocorrer no lúpus, como dores de cabeça, convulsões e náuseas.
Como estamos falando sobre cannabis, ainda são necessários mais estudos para investigar se ela pode aliviar o lúpus. No entanto, evidências indicam que pode aliviar a dor e a inflamação. Mas, lembre-se, converse sempre com o seu médico para entender se pode ser aplicado ao seu caso.
Dra. Amanda Medeiros Dias (Crm 39.234 PR) é médica com pós-graduação em pediatria e nutrologia pediátrica e, atualmente, está cursando Psiquiatria Infantil pelo CBI Miami. Possui Certificação Internacional Green Flower de Medicina Endocanabinoide.
Com experiência na prática clínica com crianças e adultos, visão integrativa olhando o paciente como um todo, possui experiência prática mesclando medicina com aromaterapia e cromoterapia, com foco na visão holística.
Além de prescritora, é paciente de cannabis medicinal desde 2018. Também é diretora técnica no Instituto Coração Valente e médica voluntária em projetos da UNA (Unidos pela Amazônia).
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