De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, cerca de 3 milhões de brasileiros são atingidos pela epilepsia, que, na verdade, é uma síndrome, um conjunto de sinais e sintomas caracterizados por determinada condição e, por algum motivo, um agrupamento de células cerebrais se comporta de maneira hiperexcitável.
Como consequência, o paciente pode ter crises epilépticas parciais ou totais. A recorrência das crises epilépticas pode levar à morte de neurônios e consequente comprometimento da parte cognitiva.
As convulsões são debilitantes e ameaçam a vida, mas, felizmente, a cannabis é um possui um efeito transformador em crianças e adultos que sofrem de epilepsias.
E você deve estar se perguntando, como a cannabis realmente ajuda no tratamento da epilepsia? Para entendermos melhor esta relação da cannabis com o corpo humano, é sempre importante relembrar o papel que o sistema endocanabinoide desempenha no corpo humano.
O Sistema Endocanabinoide desempenha um papel importante e complexo na manutenção do equilíbrio das funções fisiológicas do corpo, especificamente para o sistema imunológico e o sistema nervoso central. Pesquisadores já identificaram que pessoas com epilepsia têm falhas em seus sistemas endocanabinoides.
Os endocanabinoides, canabinoides produzidos pelo próprio corpo como a anandamida, são mensageiros importantes, e sua síntese e degradação estão sob controle rígido por mecanismos genéticos.
As pesquisas indicam que os endocanabinoides têm funções importantes a desempenhar em várias atividades neuronais diferentes, como: desenvolvimento do cérebro, cognição, aprendizado e memória, comportamento motor, regulação do apetite, regulação da temperatura, percepção da dor e várias doenças psiquiátricas e neurológicas.
Especificamente falando, os canabinoides possuem interações específicas no cérebro para controlar os circuitos neuronais, modulando interneurônios GABAérgicos e ritmos de rede gerados por interneurônios no estado cerebral saudável, bem como nas convulsões e distúrbios relacionados.
Um estudo de 2017, feito com 120 pessoas de 2 a 18 anos, testou o CBD como tratamento para pacientes com síndrome de Dravet. Os pacientes que receberam uma dose de 20 miligramas (mg) por quilograma de peso corporal de CBD, além de seu regime medicamentoso padrão, tiveram uma redução média de convulsões mensais de 39% versus 13% no grupo placebo.
Em 2018, um estudo, feito em 24 centros clínicos na Holanda, Estados Unidos e Polônia foi conduzido com 171 pacientes de 2 a 55 anos com síndrome de Lennox-Gastaut, identificou que os pacientes que receberam uma dose de 20 mg por quilograma de peso corporal de CBD, além de seu regime medicamentoso padrão, tiveram uma redução média de convulsões mensais de 44% em comparação com 22% no grupo placebo.
Os estudos também identificaram que o canabidiol melhorou, não apenas o controle das convulsões, mas deu uma melhor qualidade de vida aos pacientes proporcionando um melhor sono, aumento do apetite, melhora no humor e habilidades cognitivas.
Nos consultórios também é possível ver esta melhora dos pacientes, principalmente na qualidade de vida. Por isso, é extremamente importante realizar o tratamento acompanhado de um médico. Somente assim é possível entender o caso completo e, desta forma, aplicar a melhor terapia canabinoide.
Conheça a Dra. Amanda
Dra. Amanda Medeiros Dias (Crm 39.234 PR) é médica com pós-graduação em pediatria e nutrologia pediátrica e, atualmente, está cursando Psiquiatria Infantil pelo CBI Miami. Possui Certificação Internacional Green Flower de Medicina Endocanabinoide.
Com experiência na prática clínica com crianças e adultos, visão integrativa olhando o paciente como um todo, possui experiência prática mesclando medicina com aromaterapia e cromoterapia, com foco na visão holística.
Além de prescritora, é paciente de cannabis medicinal desde 2018. Também é diretora técnica no Instituto Coração Valente e médica voluntária em projetos da UNA (Unidos pela Amazônia).
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