O Grupo de Trabalho (GT) de Cannabis da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentou neste mês seu relatório final à Diretoria de Pesquisa e Inovação. O documento vai embasar um pedido de cultivo para pesquisa, para viabilizar ações de melhoramento genético e manejo da planta para cultivo no país.

A proposta do GT é desenvolver eixos de pesquisa integrados que apoiem a criação de uma cadeia produtiva de Cannabis no Brasil. O relatório afirma que o Brasil tem grande capacidade climática, tecnológica e empresarial para produzir a planta em larga escala, e que a Embrapa pode potencializar suas aplicações medicinais, industriais e agronômicas.

O GT trabalhou ao longo de sete meses, com a colaboração de 19 pesquisadores da empresa, sob coordenação do engenheiro agrônomo Fábio Macedo. A equipe pesquisou aspectos botânicos e agronômicos da planta, a situação regulatória e econômica dos principais mercados globais e as perspectivas de crescimento da commodity.

O levantamento apoiou a criação de um programa de 12 anos de pesquisas, distribuídas em quatro eixos principais: desenvolvimento de cultivares, práticas de manejo, pós-colheita e políticas públicas.

Seu objetivo é desenvolver genéticas e técnicas de cultivo adequadas para cada possível aplicação da planta, com foco na descentralização da produção. A ideia é aumentar a renda de famílias rurais e, consequentemente, os ganhos sociais.

“A Cannabis é uma espécie extremamente versátil, que, além das aplicações medicinal e agropecuária, tem um excelente potencial de recuperação de solos degradados e de uso em rotação de culturas. Além da possibilidade de monetização a partir da compensação de carbono”, diz Daniela Bittencourt, pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia que liderou a criação do programa de pesquisa.

O próximo passo do grupo de trabalho é apresentar o relatório à diretoria-executiva da Embrapa e encaminhar o pedido de autorização para pesquisa.

Com inforamações do Instituto Ficus