Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP em modelos animais para epilepsia (geneticamente modificados para apresentarem os sintomas) demonstrou que a administração crônica de canabidiol (CBD) conseguiu evitar o progresso da doença.
Os resultados do estudam indicam que o tratamento com o CBD fez com que o recrutamento de novas áreas cerebrais no processo que dá origem à epilepsia em novas partes do cérebro foram impedidos.
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No estudo, o tratamento com CDB preveniu o surgimento
das crises límbicas. Além disso, quando raramente ocorriam, as crises eram
menos intensas.
“O tratamento crônico conseguiu frear a progressão da doença, impedindo o
recrutamento de novas áreas do cérebro e bloqueando as crises límbicas”, conclui
o pesquisador William Lopes,
um dos responsáveis pelo estudo.
A pesquisa também avaliou como as crises crônicas e o tratamento com CBD podem modular a expressão de receptors canabinoides do tipo 1 (CB1) . O CBD participa da modulação de diversos processos cerebrais através de muitos mecanismos. Um deles é o do sistema endocanabinoide, composto pelos canabinoides endógenos (produzidos pelo próprio corpo) e seus receptores clássicos: CB1 e CB2.
Segundo Lopes, alguns estudos mostram que, em pacientes com crises crônicas, os receptores CB1 têm sua expressão alterada em algumas áreas do cérebro, como aquelas importantes para a ocorrência das crises límbicas. O resultado observado na pesquisa foi que o tratamento com canabidiol atenuou o aumento da expressão dos receptores CB1 nas crises crônicas.
Fonte: Jornal Usp / Marcelo Canquerino