Por Joana Scopel

Um estudo recente investigou como os estudantes de medicina percebem o conhecimento, as crenças e as atitudes em relação à utilização medicinal da maconha. Segundo a pesquisa, os médicos recebem treinamento mínimo na faculdade de medicina para entender os usos da cannabis e se baseiam principalmente em evidências anedóticas.

O estudo foi publicado no Cureus, uma revista de ciências médicas, e conduzido por Robin J. Jacobs, Jessica Colon e Michael N. Kane.

Nos últimos anos, maior atenção tem sido dada à compreensão dos usos da cannabis medicinal para o controle dos sintomas de várias condições médicas. No entanto, como os estudantes de medicina percebem a maconha é desconhecido, incluindo sua eficácia, adequação na medicina, potenciais efeitos adversos e valor para os pacientes.

Em junho, os pesquisadores realizaram oito entrevistas em grupo com 83 estudantes de medicina por meio da plataforma de reuniões virtuais Zoom. As entrevistas foram guiadas por crenças, conhecimento percebido, papel do médico, preocupação com efeitos adversos e cannabis medicinal no currículo.

Surgiram quatro temas: equívocos sobre a utilização medicinal da maconha; fontes de informação não confiáveis; atitudes mistas em relação à legalização; e o desejo de educação em torno dela na faculdade de medicina.

“As atitudes em relação à utilização medicinal da maconha em geral, incluindo a legalização, variaram de acordo com o estado de origem do aluno nos Estados Unidos e a exposição a ela”, diz o estudo.

Conclusão

De acordo com os autores, é fundamental que os educadores médicos, ao projetar iniciativas curriculares de graduação para futuros médicos, cultivem novos insights sobre as percepções dos alunos e o conhecimento percebido sobre opções medicinais e dosagem de maconha. Isso “parece ser uma questão importante para estudantes de medicina que podem precisar recomendá-lo a seus pacientes e gerenciar terapias coexistentes”, disseram os pesquisadores.

Como os pesquisadores mencionaram, não há treinamento formal sobre a utilização medicinal da maconha nos programas das faculdades de medicina.

“A cannabis é discutida nos cursos apenas em relação ao uso indevido, abuso ou riscos associados ao uso adulto. Os participantes comentaram que seu conhecimento sobre maconha medicinal era pobre; e eles sentiram que se beneficiariam de mais educação sobre isso enquanto estivessem na escola”, concluiu o estudo.

Matéria originalmente publicada no site Benzinga e adaptada ao Weederia com autorização