Um estudo publicado pela American Medical Association no Journal of the American Medical Association (JAMA) Psychiatry identificou que não há “aumento estatisticamente significativo” nos diagnósticos relacionados à psicose em estados que legalizaram a maconha em comparação com aqueles que continuam a criminalizá-la.
Para chegar a conclusão, os pesquisadores da Universidade de Stanford, da Universidade da Pensilvânia e do Departamento de Assuntos de Veteranos (VA) dos EUA realizaram uma análise de mais de 63 milhões de beneficiários de planos de saúde, dos Estados Unidos, de 2003 a 2017 para avaliar a associação das leis estaduais de cannabis medicinal e recreativa e a comercialização com as taxas de utilização de cuidados de saúde relacionados à psicose.
“Neste estudo de coorte retrospectivo de dados de reivindicações comerciais e do Medicare Advantage, as políticas estaduais de cannabis medicinal e recreativa não foram associadas a um aumento estatisticamente significativo nas taxas de resultados de saúde relacionados à psicose. À medida que os estados continuam a introduzir novas políticas de cannabis, a avaliação contínua da psicose como uma consequência potencial da legalização estadual da cannabis pode ser informativa”, concluiram os pesquisadores.
Os pesquisadores destacaram que não foi observado “uma associação estatisticamente significativa do nível da política estadual de cannabis com as taxas gerais de diagnósticos relacionados à psicose ou antipsicóticos prescritos”.
Em uma postagem de blog na quinta-feira, o vice-diretor da NORML, Paul Armentano, descreveu as descobertas como “tranquilizadoras”, embora tenha alertado que é importante reconhecer que certas populações predispostas à psicose podem ser mais vulneráveis do que outras a sofrer impactos negativos do uso de cannabis.
“À medida que os estados continuam a introduzir novas políticas de cannabis, a avaliação contínua da psicose como uma consequência potencial da legalização estadual da cannabis pode ser informativa”, diz o estudo.
Em uma publicação, o vice-diretor da NORML, Paul Armentano, chamou as descobertas de “tranquilizadoras”, mas também alertou que certas populações, incluindo aquelas com predisposição à vulnerabilidade à psicose, parecem ser mais sensíveis aos efeitos psicotrópicos da cannabis.
O estudo corrobora com outros estudos publicados recentemente e quebram uma corrente há tempos proliferadas, de que o uso de maconha estaria associado à psicose. Um outro estudo publicado recentemente, concluiu que menos da metade de um por cento dos consumidores de cannabis já relataram sintomas psicóticos que requerem intervenção médica – uma porcentagem menor do que a taxa associada ao álcool.