Por Franca Quarneti
Um estudo canadense não encontrou associação entre a exposição pré-natal à cannabis e um risco aumentado de transtorno de déficit de atenção (TDAH) entre crianças.
A pesquisa foi realizada usando dados do Quebec Pregnancy Cohort (QPC), uma estatística prospectiva de base populacional. Isso inclui todos os dados sobre gestações e crianças entre janeiro de 1998 e dezembro de 2003.
O estudo, publicado na revista especializada BMJ Open, analisou dados de 2.408 crianças. Destes, 86 (3,6%) foram expostos à cannabis no útero e 241 (10,0%) tiveram diagnóstico de TDAH ou estavam em uso de medicação.
Após o ajuste para possíveis fatores de confusão, nenhuma associação significativa foi encontrada entre ocasional [1,22 (IC 95% 0,63 a 2,19)] ou regular (1,22 (IC 95% 0,42 a 2,79))) e o risco de TDAH em crianças.
Assim, os cientistas concluíram: “Em nosso estudo, não encontramos associação entre a exposição ocasional ou regular à cannabis no útero e o risco de TDAH em crianças, bem como a exposição geral à cannabis e o risco de TDAH em crianças.”
Com relação a mais pesquisas, eles acrescentaram: “Mais pesquisas com foco no momento da exposição durante a gravidez (por exemplo, primeiro, segundo, terceiro trimestre) são necessárias, bem como o uso de diferentes métodos para quantificar a exposição pré-natal à cannabis (por exemplo, amostras biológicas), para entender melhor o impacto do uso de cannabis durante a gravidez e os resultados de desenvolvimento em crianças.”
Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização