Um novo estudo publicado na revista Autism Research indica que crianças expostas à cannabis no útero não possuem risco elevado de desenvolver Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa, realizada por especialistas das universidades Emory, John Hopkins e Harvard, analisou a relação entre a exposição pré-natal à cannabis e o TEA em uma amostra de 11.570 crianças.
Os pesquisadores não encontraram nenhuma ligação entre a exposição à cannabis e o desenvolvimento de TEA após ajustarem os dados para variáveis relevantes, como o consumo de tabaco.
Eles concluíram: “Em uma grande amostra e medindo continuamente os traços de TEA, não houve evidência de que a exposição pré-natal à cannabis aumenta o risco de TEA. Embora não tenham sido encontradas associações com os resultados do TEA, a exposição pré-natal à cannabis ainda pode estar associada a outros aspectos do desenvolvimento e comportamento infantil que estavam fora do escopo deste estudo, como atenção e cognição.”
Estudos anteriores que avaliaram a relação entre a exposição à cannabis no útero e diversos resultados neonatais, como o peso ao nascer, apresentaram resultados inconsistentes. No entanto, dados longitudinais sugerem que a exposição à cannabis raramente está associada a consequências neurodesenvolvimentais adversas.
“Embora haja um potencial teórico para a cannabis interferir no neurodesenvolvimento, dados humanos obtidos de quatro coortes prospectivas não identificaram diferenças significativas ou duradouras entre crianças expostas à cannabis no útero e aquelas que não foram”, destacaram os pesquisadores.