Entre estandes de bongs, plantas, estufas, sementes e tantas outras parafernálias ligadas à maconha, era possível um estande mais sóbrio na ExpoCannabis 2021: o do governo uruguaio. Através da Junta Nacional de Drogas, representantes do governo estiveram nos três dias de evento conversando sobre saúde pública, redução de danos e direitos humanos.

– A feira é uma iniciativa privada, então é muito importante que o estado esteja presente. Nós viemos com uma função preventiva, de saúde, difundindo estudos. A regulação deve vir sempre acompanhada das discussões sobre os problemas que podem ser gerados pelo consumo. É uma política para adultos – conta ao Weederia Gustavo Misa, coordenador da área de formação da Junta Nacional de Drogas.

Ao lado de Gustavo estavam mais alguns funcionários da Junta Nacional de Drogas, além de estudos, livros e alguns panfletos informativos sobre a maconha. Sempre com uma abordagem muito tranquila e educativa sobre o assunto. 

E, engana-se quem pensa que este foi um local vazio, pouco frequentado da ExpoCannabis. Não tinha as filas dos estandes que sortearam brindes, mas a todo instante alguém parava por lá para conversar, inclusive turistas brasileiros.

Turistas, aliás, fazem parte de boa parte do público da ExpoCannabis. Brasileiros, paraguaios, argentinos, europeus estavam por todo o canto e, apesar de estarem em uma feira de maconha num país legalizado, não possuem acesso legal à erva. 

Mas, segundo Gustavo, este é um tema que pode estar com os dias contados. 

– Uruguai é um país aberto e não tem sentido que turistas que nos visitem não tenham direito como os uruguaios tenham. É um tema que até o próximo verão deve estar resolvido – conta Gustavo.

Em entrevista ao jornal El País, Daniel Radío,  secretário-geral da Secretaria Nacional de Drogas (SND) e presidente do Instituto de Regulação e Controle da Cannabis (Ircca) do Uruguai, disse que sua vontade é a de implantar o turismo de cannabis no país ”o mais rápido possível”.