Por Franca Quarneti
Na Holanda, os donos dos famosos coffeshops estão resistindo ao programa piloto de cannabis que deve começar no próximo ano.

O governo holandês está implementando um teste regulamentado de produção de maconha, envolvendo dez produtores licenciados. A colheita desses produtores será utilizada para abastecer todos os coffeeshops em dez municípios locais.

Desta forma, as autoridades procuram eliminar o mercado paralelo da cannabis. É que, embora pareça surpreendente, tendo em vista que o turismo de cannabis em Amsterdã é famoso há décadas, o cultivo é proibido no país. Assim, os coffeeshops são obrigados a comprar ilegalmente um produto que depois vendem legalmente sem problemas.

Além disso, o programa nacional de testes (que durará quatro anos) visa medir o impacto da legalização na população em geral e sua eficácia em manter a cannabis fora do alcance de adolescentes e crianças.

Por que os Coffeeshops se opõem?: as limitações do programa

No entanto, conforme relatado pela revista High Times, a padronização do negócio de maconha não é muito empolgante para os proprietários dos coffeeshops. Muitos duvidam que a qualidade da cannabis produzida pelos produtores esteja à altura do que costumam comercializar, além do fato de terem uma variedade de ofertas mais limitada.

Segundo La Mota, o projeto também é criticado por ser muito “limitado e rigoroso”. Todas as cafeterias dos municípios escolhidos devem participar do experimento, sem exceção, sob o risco de terem sua licença cassada. E o “critério de residência” será aplicado para instalações localizadas nas fronteiras da Alemanha e da Bélgica, proibindo a venda de cannabis a pessoas que não moram na Holanda.
Por sua vez, em declarações recolhidas pelo El País, a Associação de Municípios garantiu que teme que “os apoios sejam reduzidos porque as coffeeshops não querem ir e voltar entre compras legais e ilegais, uma vez que o programa tem uma duração estimada de quatro anos”.

Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização