A experimentação ou exposição ao uso de drogas por adolescentes cresceu em dez anos no Brasil, indo de 8,2% em 2009 para 12,1% em 2019. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) no estudo experimental da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), publicado nesta semana.
A publicação traz uma análise inédita das quatro edições da PeNSE (2009, 2012, 2015 e 2019) com informações sobre sobre alimentação, atividade física, cigarro, álcool, outras drogas, situações em casa e na escola, saúde mental, saúde sexual e reprodutiva, higiene e saúde bucal, segurança, uso dos serviços de saúde, características gerais dos escolares, características do ambiente escolar, entre outros
“Nessa década, foram incorporadas inovações e modificações que impossibilitavam uma comparação de forma direta. Para fazer a análise, além da tradicional comparação temporal entre pontos da série, aplicaram-se novas estratégias metodológicas, como a harmonização das variáveis, empilhamento das bases e regressão logística”, explica Marco Andreazzi, gerente da pesquisa.
Um dado alarmante, é o de que cresceu a experimentação de drogas antes dos 14 anos de idade, o percentual passou de 3,4% em 2009 para 5,8% em 2019. O número de adolescentes que experimentaram ou foram expostos às drogas também cresceu: 8,2% em 2009 para 12,1% em 2019.
O aumento da exposição às drogas entre as meninas foi bem maior que entre os meninos, segundo o estudo, o maior aumento das chances de experimentar drogas ilícitas se deu entre as meninas escolares da rede pública, que dobraram as chances de experimentação, atingindo 107,4% de variação no período.
“Essa tendência está decrescente para os meninos das escolas privadas e crescente para meninos de escolas públicas e meninas de ambas as redes, chegando a um aumento expressivo de 164,6% entre as meninas das escolas públicas em dez anos”, complementa o gerente.
A experimentação de bebida alcoólica também cresceu: saltou 52,9% em 2012 para 63,2% em 2019. Esse aumento foi mais intenso entre as meninas, que saíram de 55% em 2012 para 67,4% em 2019. Para os meninos, o indicador foi de 50,4% em 2012 para 58,8% em 2019.
Já o consumo recente de drogas ilícitas, entre aqueles que haviam usado drogas alguma vez na vida, ficou estável entre 2012 (48,2%) e 2015 (46,4%), e caiu em 2019 (33,3%).