Por Maureen Meehan
Os cientistas estão relatando que o gado que consome cânhamo parece estar ficando chapado. Como eles sabem disso? Aparentemente, as vacas estão exibindo sinais semelhantes de estarem chapadas como suas contrapartes humanas, com os olhos vermelhos e lentidão, embora ainda não haja relatos de larica ou risadinhas descontroladas.
O National Industrial Hemp Council of America enviou recentemente uma carta ao FDA pedindo a aprovação da semente de cânhamo como ingrediente de ração animal. A carta incluía referência a numerosos ensaios clínicos sobre ingredientes de sementes de cânhamo em ração animal que concluíram que não há transferência de canabinóides para a cadeia de abastecimento alimentar do país.
No entanto, um relatório recente está causando preocupação entre os reguladores sobre a sabedoria de usar o cânhamo para alimentar o gado.
Os efeitos comportamentais documentados no relatório são notáveis, diz Serkan Ates, agrônomo da Oregon State University, Corvallis, que estuda o consumo de cânhamo em vacas, cordeiros e galinhas. “Eles encontraram um efeito muito mais profundo no comportamento do animal do que o que vimos em qualquer um de nossos estudos de alimentação de laticínios”.
O estudo
Cientistas do Instituto Federal Alemão de Avaliação de Risco alimentaram 10 vacas leiteiras em lactação com diferentes quantidades de ração de cânhamo contendo uma variedade de concentrações de canabinóides. Ao longo do experimento de uma semana, os pesquisadores coletaram amostras de leite, sangue e fezes e prestaram muita atenção ao comportamento do gado.
A dosagem foi fundamental. O gado que comeu ração fermentada formulada a partir de plantas inteiras de cânhamo com concentrações relativamente baixas de canabinóides exibiu poucas mudanças perceptíveis em relação às vacas que foram alimentadas com uma dieta normal à base de milho. A história era diferente para as vacas que consumiam ração feita com folhas, flores e sementes de cânhamo ricas em canabinóides.
Pelos cálculos dos cientistas, essas vacas consumiram até 86 vezes a quantidade de THC necessária para deixar os humanos chapados. Sem surpresa, a respiração e os batimentos cardíacos dos animais diminuíram e eles comeram menos e produziram menos leite. Eles também bocejaram mais, produziram menos saliva e exibiram línguas hiperativas, relataram pesquisadores na Nature Food.
Ainda não está claro se esse leite deixaria os consumidores humanos chapados.
“O estudo não permite tirar conclusões sobre se há risco à saúde pelo consumo de leite no mercado”, diz o nutricionista animal e coautor do estudo, Robert Pieper.
Matéria originalmente publicada no site Benzinga e adaptada ao Weederia com autorização