Por Lucía Tedesco

O Peru aprovou o regulamento da cannabis medicinal há algumas semanas. No entanto, os pacientes afirmam que existem restrições que dificultam o acesso.

Neste âmbito, Herbert Cuba, médico especialista em políticas de saúde, e Max Alzamora, chefe da Associação Peruana de Medicina Canabinóide, foram convidados para o programa Punto Medio, onde ambos concordaram que o acesso terapêutico deve ser melhorado.

Os regulamentos publicados levantam questões sobre uso, licenças e sementes. “A primeira lei estabelece o consumo para fins terapêuticos, a importação e comercialização no país. Mas ali ficou de fora uma reivindicação cidadã, a de ‘queremos produzir em nossas casas e ter nossas plantinhas’, porque é caro importar e os azeites são caros”, explicou Cuba.

Por sua vez, Alzamora relatou: “Há uma diferença em termos de acesso e isso é perceptível porque há 48 farmácias em Lima que têm maconha e cinco na província. Portanto, não é um acesso real desde a implementação do regulamento.”

A crítica ao regulamento reside na burocracia existente para obtenção das licenças emitidas pelas múltiplas entidades fiscalizadoras. “Bastava um único órgão regulador”, declarou o médico especialista em políticas de saúde.

A regulamentação estabelece que as sementes devem ser obtidas somente através de laboratórios credenciados. Da mesma forma, os pacientes não poderão acessar variações de sua cepa, para as quais seria necessária uma prescrição médica. Isto implica uma consulta paga por cada paciente. Esses prazos estabelecidos revelam que o acesso será mais difícil para aqueles pacientes com menos recursos.

Portanto, as associações de cannabis preparam medidas de precaução devido à falta de benefícios para os pacientes que necessitam de tratamento médico com cannabis. Em princípio, procura poupar dinheiro e estar coberto por um seguro de saúde para fornecer poder de acesso.


Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização