Duas biomédicas do Centro Universitário de Brasília (Ceub), em Brasília, publicaram um estudo, seguindo a linha de pesquisa da revisão sistemática, por meio do Programa de Iniciação Científica do Ceub, apontando a eficácia do uso de cannabidiol para o tratamento de epilepsia refratária.
Segundo Ana Carolina Guimarães e Natasha Soares, as autoras do artigo “Eficácia do Uso de Canabidiol em Pacientes Pediátricos com Epilepsia Refratária ao Tratamento: Uma Revisão Sistemática”, o objetivo é reforçar a eficácia do tratamento com CBD em pacientes resistentes aos fármacos convencionais.
“Nosso ponto principal é mostrar que por mais que existam pesquisas e resultados promissores, o preconceito ainda é muito evidente na sociedade brasileira. Precisamos buscar mais alternativas eficazes para ajudar essas crianças”, frisam as biomédicas do Ceub.
Seguindo a linha de pesquisa da revisão sistemática, a dupla revisou 647 artigos, com pacientes de todo o mundo, feitos nos últimos 25 anos. Do total, foram selecionadas 25 para fazer o levantamento completo dos resultados do tratamento.
“Quanto à frequência das crises, quatorze estudos apresentaram pacientes que obtiveram 100% da diminuição das crises, entretanto a grande maioria de todos os participantes envolvidos tiveram reduções menores (19% – 99%). Três estudos evidenciaram que tiveram reduções menores que 50% na frequência das crises”, destaca a publicação.
A revisão também identificou que o tratamento com Cannabidiol apresentou redução dos efeitos adversos, geralmente associados aos fármacos tradicionais, com taxas de apenas 4% a 14% dos pacientes conforme cada estudo.
“Após análise dos artigos pode-se concluir que o uso de derivados canabinóides é eficaz para o tratamento de epilepsias refratárias ao tratamento em pacientes pediátrico com efeitos adversos em geral mais leves que as DAEs, contudo não foi possível estabelecer um padrão de dosagem para cada síndrome”, ressalta o artigo.
Outro ponto destacado pelas pesquisadoras foi o de que em em 60% dos casos houve o uso do óleo de cannabidiol purificado, enquanto em 40% havia composição com o Tetrahidrocanabinol (THC).
Após a publicação, as pesquisadoras buscam apoio para avançar com a pesquisa.