Plantações de maconha no Brasil começam a se espalhar pela Amazônia

Relatório da Polícia Federal obtido pelo Jornal O Estado de São Paulo identifica que há pelo menos 95 áreas de plantações na região

Este viroide do lúpulo está se espalhando nas plantações de cannabis, preocupando especialistas
Este viroide do lúpulo está se espalhando nas plantações de cannabis, preocupando especialistas

Apesar de a proibição perdurar no Brasil, o plantio de maconha tem se espalhado na região norte e nordeste do país. O que era concentrado no polígono da maconha tem se espalhado por mais municípios da Bahia e Pernambuco e, também, no Alagoas, Maranhão e Pará, onde o plantio acontece em área da floresta amazônica.

De acordo com relatório obtido pelo Jornal O Estado de São Paulo, a Polícia Federal já identificou e destruiu 303 áreas de cultivo e mais de 980 mil plantas de maconha somente em 2020. Em 2019 este número foi de 1.585.759 e em 2018, 968.027.

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O relatório também identifica que há pelo menos 95 plantações em áreas adensadas da Amazônia, o equivalente a 18 campos de futebol. Foram encontradas plantações em Garrafão do Norte (município localizado na região do Alto Rio Guamá), Nova Esperança do Piriá, Concórdia do Pará e outros municípios do Estado. Concórdia fica próxima ao Rio Capim, na Baía do Marajó, de onde a maconha é escoada de barco para grandes centros do País.

A Polícia Federal relata que a caatinga também tem servido de berço para as plantações da cannabis. Para despitar a polícia em rondas aéreas, planta-se a maconha em meio a plantações de mandioca.

“Há mais maconha sendo plantada, em mais municípios, tanto dentro quanto fora do Polígono da Maconha. A PF está usando tecnologia de rastreamento por satélite, o que aumenta a capacidade de identificação de plantios”, afirmou ao jornal Estado de São Paulo José Luiz Ratton, coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas de Segurança da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

O Polígono da Maconha é composto por mais de 10 municípios da Bahia e Pernambuco. Entre os anos 1970 e 2000, a região chegou a produzir maconha suficiente para abastecer 40% do mercado nacional.