Apesar de a proibição perdurar no Brasil, o plantio de maconha tem se espalhado na região norte e nordeste do país. O que era concentrado no polígono da maconha tem se espalhado por mais municípios da Bahia e Pernambuco e, também, no Alagoas, Maranhão e Pará, onde o plantio acontece em área da floresta amazônica.
De acordo com relatório obtido pelo Jornal O Estado de São Paulo, a Polícia Federal já identificou e destruiu 303 áreas de cultivo e mais de 980 mil plantas de maconha somente em 2020. Em 2019 este número foi de 1.585.759 e em 2018, 968.027.
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O relatório também identifica que há pelo menos 95 plantações em áreas adensadas da Amazônia, o equivalente a 18 campos de futebol. Foram encontradas plantações em Garrafão do Norte (município localizado na região do Alto Rio Guamá), Nova Esperança do Piriá, Concórdia do Pará e outros municípios do Estado. Concórdia fica próxima ao Rio Capim, na Baía do Marajó, de onde a maconha é escoada de barco para grandes centros do País.
A Polícia Federal relata que a caatinga também tem servido de berço para as plantações da cannabis. Para despitar a polícia em rondas aéreas, planta-se a maconha em meio a plantações de mandioca.
“Há mais maconha sendo plantada, em mais municípios, tanto dentro quanto fora do Polígono da Maconha. A PF está usando tecnologia de rastreamento por satélite, o que aumenta a capacidade de identificação de plantios”, afirmou ao jornal Estado de São Paulo José Luiz Ratton, coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas de Segurança da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
O Polígono da Maconha é composto por mais de 10 municípios da Bahia e Pernambuco. Entre os anos 1970 e 2000, a região chegou a produzir maconha suficiente para abastecer 40% do mercado nacional.