Por Lucía Tedesco
O uso de cannabis para fins medicinais aumentou no Reino Unido, com 29% mais pessoas se automedicando em comparação com 2019.
As propriedades terapêuticas da cannabis têm sido usadas para tratar sintomas em inúmeras pessoas, incluindo neurodivergentes. No entanto, o acesso no Reino Unido enfrenta vários desafios no que diz respeito à sua disponibilidade e uso adequado, tornando a automedicação uma ocorrência recorrente.
Indivíduos neurodivergentes, como aqueles com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), recorrem à cannabis para tratar sintomas como ansiedade, problemas sensoriais, falta de concentração e regulação emocional.
“O autismo torna muito difícil para mim expressar meus sentimentos e tenho uma tolerância muito baixa para desconforto ou frustração – a maconha me ajuda a me acalmar e a me sentir mais relaxada em meu corpo”, explica Eve (27) a Dazed.
Dificuldades de acesso à cannabis no Reino Unido
A falta de diagnósticos e a espera para receber atendimento especializado levam muitas pessoas a buscarem outras alternativas, como a automedicação com maconha.” Robson, CEO e fundador da Mamedica, uma renomada clínica de cannabis medicinal.
A maconha medicinal é legal no Reino Unido desde 2018, mas a acessibilidade continua sendo um problema, pois os pacientes não têm escolha a não ser recorrer à medicina privada. Mas o maior problema é a falta de regulamentação do mercado, que pode levar os pacientes a adquirir um produto de procedência duvidosa e sentir efeitos indesejados.
Defender a melhoria da acessibilidade à cannabis medicinal e banir as velhas perspectivas sobre seu uso, especialmente entre pessoas neurodivergentes, deve estar no topo da agenda do Reino Unido. Enquanto houver pacientes que não tenham recursos para obter maconha para fins médicos, a automedicação continuará em vigor.
Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização