Por Lucía Tedesco

Um relatório da ICEERS calculou o consumo de ayahuasca em todo o mundo. Além disso, analisou as mortes relacionadas a essa substância, noticiadas pela mídia.

O Centro Internacional de Educação, Pesquisa e Serviço Etnobotânico ou ICEERS realizou uma extensa pesquisa para estimar o número de pessoas que usam a substância na América, Europa, Austrália e Nova Zelândia. Segundo suas estimativas, mais de quatro milhões de pessoas nessas regiões já o usaram em algum momento de suas vidas.

Segundo o relatório, apenas 10% das pessoas que usam a ayahuasca pertencem a povos indígenas nos quais essa substância faz parte tradicionalmente de seus sistemas de conhecimento. Isso mostra o impacto da globalização na disseminação dessa planta medicinal.

Uma pessoa pode morrer por tomar ayahuasca?

As informações fornecidas pelo ICEERS examinam as mortes atribuídas à substância, relatadas pela mídia. A conclusão é que, das 58 mortes relacionadas em todo o mundo, nenhuma foi atribuída ao envenenamento agudo por ayahuasca. No entanto, destaca-se que algumas mortes poderiam ter sido evitadas se as normas de segurança adequadas tivessem sido seguidas.

O ICEERS reconhece que há limitações para a pesquisa e enfatiza que os resultados apresentados são estimativas aproximadas que devem servir de base para pesquisas mais precisas no futuro. Da mesma forma, destacam o valor terapêutico e espiritual da ayahuasca, com base na longa história de uso em tradições xamânicas e religiosas, bem como no reconhecimento dos povos amazônicos que têm sido disseminadores de conhecimento a esse respeito.


Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização