Por Franca Quarneti
O Parlamento Europeu permitiu que os níveis de THC nas produções industriais de cânhamo aumentassem de 0,2% para 0,3%. Além disso, se os agricultores cultivarem variedades de cânhamo incluídas no catálogo da União Europeia com um teor máximo de 0,3% de THC, poderão receber apoio financeiro.
Essa decisão faz parte da reforma da Política Agrícola Comum (PAC), que entrará em vigor em 2023. Conforme relatado pela Forbes, esse avanço foi promovido pela European Industrial Hemp Association (EIHA).
Em um comunicado à imprensa, Lorenza Romanese, Diretora Geral da EIHA, disse: “Este é um pequeno passo que reflete que os legisladores da UE estão mais perto de reconhecer e admitir plenamente a existência de um setor europeu legítimo do cânhamo.”
Por que essa mudança é importante?
Atualmente, o catálogo de sementes da União Europeia inclui apenas 69 variedades de cânhamo. Agora, graças ao limite de THC sendo aumentado em 0,1%, o número de variedades disponíveis aumentará para mais de 500.
Dessa forma, de acordo com a Forbes, os produtores poderão “colher espécimes mais vitais, desenvolver melhores fibras, melhores flores de CBD e caules”.
No entanto, especialistas afirmam que a nova medida não é suficiente para competir com outros mercados, como o suíço, o australiano e o tcheco.
A este respeito, Daniel Kruse, Presidente da EHIA, declarou: “Este é um grande dia para o setor do cânhamo e mais um passo para um futuro mais verde para a Europa. Porém, quando comparado a outros países do mundo, 0,3% ainda é um limite baixo; por exemplo, a Suíça, no coração da Europa, tem um número maior, e outros países da UE já trabalham com limites maiores”.
Também é importante notar que o nível de THC é essencial para a produção de CBD: nas lavouras industriais de cânhamo, o CBD aumenta proporcionalmente ao THC. Portanto, se o nível de THC for baixo, o produto CBD resultante pode não ser tão eficaz.
Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização