Por Lucía Tedesco

Dez anos após a legalização da maconha o governo uruguaio autorizou as práticas com cannabis medicinal e abriu o panorama para a indústria farmacêutica. A partir de agora, as farmácias do Uruguai poderão preparar sua própria fórmula de cannabis.

O decreto permite o registro de medicamentos no Ministério da Saúde Pública, a importação de medicamentos sem receita médica e o acesso a “formulações mestras prescritas pelo médico assistente e preparadas por farmacêuticos químicos em farmácias credenciadas”. 

Isso foi relatado pelo El Observador, que conversou com o professor de Farmacovigilância, Gustavo Tamosiunas, que explicou que existe uma autorização para elaborar essas fórmulas mestras além da maconha. Dito recurso estava em desuso porque os custos de análise, laboratório e químico farmacêutico não são acessíveis.

“Para registrar esses medicamentos no Ministério da Saúde Pública, é necessário que os laboratórios tenham uma série de exames e documentações que ainda não estão tão avançadas”, disse Tamosiunas. No entanto, o decreto promete esse avanço, embora seja necessário avaliar como funcionará na prática.

Até o momento há 13 medicamentos com canabidiol (CBD) registrados no ministério, dois para uso subdérmico e o restante para administração oral. Mas todos eles são para tratar a epilepsia refratária. Agora, com receita médica, pode obter o medicamento ou preparação, com menos de 1% de THC (excepto com receita psiquiátrica ou especialidades afins, que permitem uma percentagem superior).


Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização