A diretoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou na última quarta-feira, 14 de dezembro, por meio de um pleito da  UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), o cultivo controlado de maconha para fins de pesquisa científica.

A UFRN pesquisa a eficácia e segurança de combinações de fitocanabinoibes no manejo de sintomas associados a distúrbios neurológicos e psiquiátricos. Um dos objetivos da pesquisa é analisar o efeito dos fitocanabinoides, como THC e CBD, separadamente ou combinados, em modelos animais de epilepsia, autismo, zumbido, estados afetivos e funções cognitivas, avaliando a segurança e eficácia.

A Universidade já havia entrado com outros dois pedidos na Anvisa, ambos negados. A decisão abre precedentes para que outras universidades e institutos possam pleitear o cultivo de cannabis no país para o desenvolvimento de pesquisas.

De acordo com Alex Machado Campos, diretor da Anvisa e relator do processo, a decisão inaugura um marco nas pesquisas científicas voltadas ao estudo da cannabis no Brasil.

“As instituições de pesquisa poderão alcançar resultados e mais possibilidades no tema, o que é coincidente com o que a Anvisa já vem fazendo em relação à cânabis”, afirma.

No voto, ele afirmou que estava tratando de ciência. “Não estamos falando de importação de conhecimento, mas sim de sua geração, de inovação, de pesquisa e desenvolvimento nacionais”, complementou.