Por Terry Hacienda via The Fresh Toast
Desde que a Amazon ganhou as manchetes fazendo lobby pela legalização federal da cannabis nos Estados Unidos, várias outras organizações de “alto perfil” fizeram manchetes semelhantes ao mudar sua política de cannabis. Uma dessas empresas em junho passado atualizou seus Termos e essencialmente deu permissão para que empresas de cannabis que operam dentro de um estado legal acessem sua plataforma. A empresa em questão? Apple!
Enquanto algumas pessoas relataram isso, a essência geral da história desapareceu do campo de atenção do mainstream devido às instâncias imensuráveis de outras notícias “mais terríveis”, debates políticos e, é claro, a caça às bruxas de comediantes. Não vamos esquecer também a prevalência de um pequeno vírus conhecido como COVID-19.
1.4.3 Aplicativos que incentivam o consumo de produtos de tabaco e vape, drogas ilegais ou quantidades excessivas de álcool não são permitidos na App Store. Aplicativos que incentivam menores a consumir qualquer uma dessas substâncias serão rejeitados. Facilitar a venda de substâncias controladas (exceto para farmácias licenciadas e dispensários de cannabis licenciados ou legais) ou tabaco não é permitido.
Em essência, o que a Apple está dizendo é que os aplicativos que lidam com a venda de cannabis em estados legais não serão proibidos de estar em sua loja. Ao contrário do Google, Meta (anteriormente conhecido como Facebook) e gigantes de tecnologia semelhantes, a Apple decidiu adotar uma abordagem mais sutil do que a estratégia de “apenas dizer não” de Nancy Raegan. Considerando que a Apple é a empresa mais valorizada do mundo, isso é um grande negócio e começará a fazer uma mudança definitiva nos corações e mentes do americano médio.
O Futuro da Erva
O que tudo isso significa para a cannabis no futuro? Se dermos uma olhada na Amazon, sua motivação é simples: eles querem vender cannabis. Ou, pelo menos, fornecer uma plataforma onde eles possam alavancar sua ala monstruosa de logística para facilitar a distribuição de cannabis em todo o país. Considerando que 1 em cada 2 adultos já experimentou cannabis no passado, isso pode representar bilhões de dólares.
Quanto à Apple, eles querem ter mais aplicativos em sua loja. Quanto mais aplicativos disponíveis em sua loja, mais sua plataforma permanece relevante. Quanto mais as pessoas encontrarem o que desejam no ecossistema da Apple, menor será a probabilidade de migrarem para outras soluções tecnológicas para resolver seus problemas relacionados à cannabis. A Apple tende a estar em sintonia com o que o consumidor deseja e, portanto, sua escolha de fazer uma alteração em seus Termos e Acordos significa que outras empresas podem seguir o exemplo. Se isso acontecer, então o pêndulo começará a mudar drasticamente a favor da legalização.
No futuro, você poderá usar um aplicativo no seu iPhone para encomendar algumas ervas cultivadas no Havaí, que serão enviadas pela Amazon para sua casa. Em alguns casos, a entrega noturna estará disponível. No entanto, à medida que o mercado de cannabis continua a se expandir, simplesmente veremos um número maior de opções disponíveis.
Apple, Amazon e até Facebook e Google tecnicamente querem uma parte dessa torta, exceto devido às atuais restrições federais, a maioria das empresas não quer jogar bola. É por isso que empresas como a Amazon estão financiando lobistas para fazer mudanças nacionais na cannabis.
Embora eu seja inerentemente contrário à ideia de uma organização privada poder pagar para mudar as leis a seu favor, neste caso em particular, isso poderia beneficiar o bem maior.
Quando a maconha será legal?
Desde a década de 1960, as pessoas dizem que “mais cinco anos e a maconha será legalizada”. Por muito tempo eu estava de acordo com esse sentimento e, após cerca do terceiro ou quinto ciclo de “mais cinco anos”, eu pessoalmente desisti de prever quando a cannabis estará legalmente disponível em nível federal. No entanto, parece haver uma forte indicação de que este ano pode ser o ano em que alguma grande mudança política acontecerá. Se isso será benéfico para os consumidores em todos os lugares ainda está em debate.
O interessante é que essas gigantescas empresas de tecnologia estão começando a mudar a opinião pública ainda mais do que já fez.
Resultado final
A maconha tem sido uma bola de neve, lentamente ganhando apoio à medida que desce morro abaixo em direção à legalização total. Com a adição desses grandes nomes, podemos ver que o impulso só está ganhando velocidade. Portanto, o que eu pessoalmente acho é que haverá algumas mudanças políticas importantes não apenas nos EUA, mas em toda a América do Norte.
Enquanto o mundo luta para se adaptar à existência do COVID, a indústria da cannabis vem dando saltos gigantescos, mesmo quando todas as outras indústrias entraram em recessão. Com mais apoio para a legalização do que nunca, não faz sentido manter o status quo que não gera receita adicional, custa bilhões aos contribuintes e parece não afetar o mercado internacional de drogas ilícitas.
Se tentamos proibir a cannabis nos últimos 50 anos com pouco ou nada para mostrar – exceto talvez mais drogas do que nunca – talvez seja hora de fazer o oposto e legalizar e regular a cannabis para que ela possa servir à sociedade como era para fazer.
Apple, Amazon e NFL são todos grandes nomes que saíram para apoiar a cannabis – vamos todos pressionar nossos representantes para que possamos começar a ver as políticas nacionais refletindo as atitudes da população em geral.
Embora a cannabis possa não ser boa para todos, todos devem ter o direito fundamental de escolher consumir ou não. Atualmente, essa escolha não é sua. Vamos torcer para que esse apoio corporativo maciço à reforma nos devolva nossa liberdade de escolha mais cedo ou mais tarde.
Matéria originalmente publicada no site The Fresh Toast e adaptada ao Weederia com autorização
