Por Nina Zdinjak

Em 2018, a Tailândia se tornou o primeiro país do Sudeste Asiático a legalizar a maconha medicinal. Cerca de quatro anos depois, levou a regulamentação da cannabis para o próximo passo e se tornou o primeiro país do Sudeste Asiático a descriminalizar a maconha para uso adulto.

Embora o Ministro da Saúde Pública do país, Anutin Charnvirakul, tenha expressado seu entusiasmo pelos novos regulamentos de uma maneira incomum – distribuindo um milhão de plantas de maconha – nem todos no país ficaram tão felizes.

O que aconteceu com a oposição à cannabis medicinal na Tailândia

Logo após a promulgação da nova lei, a Tailândia estava nas manchetes pela falta de regulamentação da cannabis no país. Esta semana, a oposição atacou Charnvirakul, argumentando que causou problemas sociais e violou leis locais e internacionais ao descriminalizar a maconha sem o devido controle, de acordo com o Bangkok Post.

O chefe do partido da oposição Pheu Thai, Sutin Klungsang, iniciou o debate mostrando um vídeo da campanha eleitoral de Anutin. Nele, ele prometeu que seu partido Bhumjaithai traria felicidade ao povo, permitindo que cultivassem a planta. De acordo com Klungsang, essa promessa violou a lei tailandesa e internacional.

Klungsang disse que a nova política de maconha viola a Convenção Única sobre Drogas Narcóticas de 1961 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, que o país apoia. O principal problema com a descriminalização da cannabis na Tailândia é a falta de leis para controlá-la, observou Klungsang.

“O país pode enfrentar uma ação legal internacional sobre essa questão”, disse ele.

Klungsang acrescentou que depois que a maconha foi descriminalizada em 9 de junho, tanto a cannabis quanto os produtos com infusão de cannabis estavam prontamente disponíveis nas ruas. Ele também alegou que estudantes abusando de maconha foram registrados e que muitos indivíduos ficaram doentes e acabaram no hospital.

“A cannabis danifica o cérebro dos jovens… Haverá sérios problemas sociais”, disse Klungsang.

A tudo isso, o vice-primeiro-ministro e ministro da Saúde Pública, Charnvirakul, respondeu que se preocupar demais com o uso de maconha causaria atrasos no desenvolvimento nacional.

Charnvirakul pediu desculpas por alguns comentários relacionados à maconha feitos durante sua campanha eleitoral. Além disso, afirmou que durante o mandato deste governo não haverá abuso de maconha, esperando que em breve seja aprovada uma lei nesse sentido que estabeleça sanções contra quem abusar de maconha. Além disso, especificará as regras em torno dos produtos derivados dele, incluindo alimentos com infusão de cannabis.

O ministro enfatizou que o governo descriminalizou a maconha apenas para fins médicos e econômicos. “Acho que todos entendem que o uso adequado de cannabis para fins médicos dará às pessoas uma chance melhor de serem tratadas com ervas tailandesas”, disse ele.

Matéria originalmente publicada no site Benzinga e adaptada ao Weederia com autorização