Uma rotina movimentada é algo em comum na vida de muitas mulheres. De forma geral, elas precisam dia a dia se dedicar ao trabalho, à casa, aos filhos e a outros afazeres. Com uma vida tão movimentada, grande parte do público feminino enfrenta dificuldades quando o assunto é cuidar da saúde e manter uma boa qualidade de vida. E é justamente nesse ponto que a terapia canábica tem se mostrado uma forte aliada, pois tem ajudado a promover o bem-estar entre as mulheres, oferecendo melhora em casos de cólicas menstruais, TPM, endometriose e menopausa, dentre outros.
As propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e relaxantes da terapia canábica explicam o motivo pelo qual ela vem se consolidando como uma alternativa eficaz para tratar transtornos ginecológicos, que vão desde as dores menstruais até desconfortos da menopausa. Os fitocanabinoides presentes no extrato da cannabis possuem ação moduladora que agem no sistema central e no sistema nervoso periférico, ou seja, diretamente no sistema endocanabinoide.
Sistema endocanabinoide
De acordo com o médico João Régis Carneiro, endocrinologista e especialista em cannabis medicinal, que atua na Clínica Gravital, esse equilíbrio do sistema endocanabinoide é de vital importância para o bom funcionamento do organismo. “Produzimos canabinoides que atuam em receptores específicos, presentes em praticamente todos os órgãos e tecidos. Estes receptores distribuem-se de maneira abundante pelo sistema nervoso central e pelo aparelho ginecológico, o que justifica sua participação na regulação do ciclo menstrual, na manutenção da saúde do útero, do ovário e da vagina”, explica ele.
Ao pensar na saúde da mulher de maneira integrada, é possível entender melhor como a medicina canábica pode promover ajuda. Isso porque as terapias à base de cannabis têm um impacto profundo principalmente no alívio da ansiedade, refletindo em uma melhora dos sintomas físicos, como tensão e dores no corpo, assim como melhora nos parâmetros relacionados ao sono. “Os processos biológicos, como apetite, sexualidade, memória, sono e sonhos são modulados pelo sistema endocanabinoide, daí os resultados positivos que o uso da medicina canábica pode trazer”, afirma o médico.
TPM e cólicas menstruais
De acordo com estudos, a terapia com cannabis pode ajudar a reduzir os desconfortos causados pelas alterações hormonais vivenciadas pela maioria das mulheres. Além disso, há também investigações científicas que buscam identificar os efeitos do THC (principal ativo da cannabis) e do CBD (canabidiol) nas alterações de humor. Os resultados sugerem que a ingestão do extrato pode aumentar os níveis de serotonina no corpo e regular essas emoções. “Os fitocanabinoides reduzem consideravelmente a manifestação de comportamentos relacionados aos transtornos de ansiedade. Dessa forma, pelo fato da cannabis ter ação anti-inflamatória e analgésica, auxilia diretamente nos quadros de cólica menstrual”, destaca o médico.
Endometriose
São essas mesmas propriedades que auxiliam as mulheres quando o assunto é a endometriose, doença que ocasiona dores frequentes e intensas, predominantes na região pélvica. Os canabinoides e terpenos específicos encontrados na planta da cannabis podem ajudar as pessoas geneticamente predispostas ao desenvolvimento da doença a ter um melhor controle dos principais sintomas da endometriose, como a dor. Além disso, a cannabis surge como uma alternativa mais segura, visto que os tratamentos convencionais geralmente incluem a prescrição de hormônios cujos efeitos colaterais incluem ondas de calor, alterações de humor, perda precoce de cálcio, entre outros.
Menopausa
Já no caso da menopausa, os desconfortos comprometem a qualidade de vida da mulher, pois incluem enxaqueca, insônia e ondas de calor, alguns dos sintomas mais frequentes nesse período. A cannabis é importante aliada, já que desempenha um valioso papel na estabilização do humor, analgesia e indução do sono. “A administração de fitocanabinoides extraídos da recuperam o equilíbrio do sistema endocanabinoide, melhorando os sintomas da redução do estrogênio de uma forma não hormonal e segura”, afirma.
O médico ressalta que nenhuma substância ou fármaco serve para todas as pessoas, nem deveria ser utilizado de maneira indiscriminada. “A resposta ao tratamento é variada e depende de muitos fatores, como idade da paciente, condição social, fatores ambientais e genéticos, o diagnóstico do problema a ser tratado, a dose e tempo de uso da medicação, entre outros, que podem interferir sobremaneira na resposta terapêutica.