Análise originalmente publicada em Rx Leaf e adaptada ao Weederia com autorização
Por Christine Colbert

O CBD e a saúde da mulher têm uma longa e rica história juntos, mesmo antes de sabermos o que era o CBD. Mulheres ao longo dos anos consumiram cannabis para tratar cólicas menstruais, fissuras anais, enxaquecas, hemorragia pós-parto e outras condições de saúde específicas das mulheres. Até mesmo a Rainha Vitória consumia cannabis para a dor associada à menstruação.

Na verdade, a cannabis foi recomendada por médicos até o início do século 20 para dores menstruais e enxaquecas. Foi considerado medicamento até meados dos anos 1900, quando foi classificado como ilegal.

Hoje, graças à crescente legalização da cannabis em todo o mundo, a planta está sendo considerada remédio mais uma vez. E os pesquisadores estão descobrindo que a cannabis pode ser útil no tratamento de problemas médicos específicos das mulheres, assim como tem feito ao longo da história.

As últimas pesquisas sobre CBD e saúde da mulher

Além disso, os cientistas estão descobrindo que o canabinoide CBD e a saúde das mulheres podem ter um futuro contínuo juntos. Uma revisão histórica publicada no Journal of Cannabis Therapeutics (2002), estudou a utilização da cannabis em obstetrícia e ginecologia. O autor concluiu que, dada sua extensa história, a cannabis pode oferecer uma alternativa segura para mulheres no tratamento da menopausa. Também pode ser útil no tratamento de outras doenças, como disúria, dismenorreia e hiperêmese gravídica.

A região pélvica

Um estudo recente publicado pela The American Society for Clinical Investigation (2017), descobriu que o CBD poderia atuar potencialmente como um vasodilatador. Ao fazer isso, pode dilatar os vasos sanguíneos, promovendo o fluxo sanguíneo na região pélvica. Infelizmente, este estudo envolveu uma pequena coorte de pacientes do sexo masculino. Para iluminar ainda mais essas descobertas, então, testes em mulheres humanas são muito necessários.

Além disso, esse tipo de pesquisa poderia explicar por que o lubrificante CBD demonstrou ser útil para mulheres com sintomas da menopausa. E não só poderia aumentar potencialmente o fluxo sanguíneo, mas também diminuir a inflamação.

(Anti) Inflamação na Endometriose

As qualidades anti-inflamatórias do CBD podem muito bem torná-lo uma opção segura para mulheres com dor de endometriose. Essa condição comum faz com que o revestimento do útero cresça fora do órgão e pode causar dores agudas e crônicas. Um estudo de revisão publicado em Cannabis an Cannabinoid Research (2017) 4) analisou pesquisas existentes em torno da endometriose e do sistema endocanabinoide (ECS). Os pesquisadores descobriram que o ECS pode desempenhar um papel no crescimento e nos sintomas da endometriose e concluíram que os agentes terapêuticos que modulam o ECS podem ser eficazes no tratamento da dor e da patologia dessa condição.

E não é apenas o CBD que pode ajudar. Um estudo em animais 5) publicado na eLife (2020), mostrou como o THC pode aliviar os sintomas dolorosos resultantes da endometriose. Os pesquisadores também descobriram que o THC poderia potencialmente tratar a causa da dor, inibindo o desenvolvimento de cistos endometriais. Mais pesquisas são necessárias.

Como as mulheres já estão usando cannabis para a saúde

Mesmo que a ciência ainda não tenha descoberto como a cannabis pode afetar várias doenças específicas das mulheres, as mulheres já estão experimentando por conta própria. Assim, um estudo publicado no The Journal of Minimally Invasive Gynecology (2019), procurou descobrir se as mulheres consumiam cannabis por questões ginecológicas e como estavam se saindo. Eles pesquisaram 364 pacientes com endometriose, e entre as mulheres que consumiram cannabis, a maioria delas relatou um impacto positivo na redução da dor.

Outro estudo publicado na Addiction Research and Theory (2016), pesquisou mulheres na menopausa e na pós-menopausa que endossavam o consumo de cannabis. Os pesquisadores descobriram que essas mulheres esperavam que a cannabis ajudasse nos sintomas da menopausa, como ondas de calor, interrupções do sono, depressão, ansiedade, irritabilidade e desconforto muscular / articular.

Mas as mulheres não estão apenas recorrendo à cannabis para aliviar a endometriose e os sintomas da menopausa. Um estudo8) publicado em Elsevier (2019), pesquisou mulheres com câncer de ginecomastia sobre o consumo de cannabis. Quase trinta por cento dos entrevistados relataram ter recorrido à cannabis para controlar seus sintomas. E os pesquisadores descobriram que muitas dessas mulheres consumiam cannabis para aliviar a dor, bem como a insônia, a ansiedade e as náuseas.

O futuro para a cannabis e a saúde da mulher

Os primeiros estudos e relatórios anedóticos mostram uma promessa enorme para a cannabis como uma alternativa segura para o tratamento de sintomas de problemas de saúde feminina. Mas, até agora, faltam testes em humanos. Graças a numerosos estudos de pesquisa, agora sabemos que as mulheres estão consumindo cada vez mais cannabis para resolver esses problemas – com ou sem receita.

O próximo passo para a ciência é um estudo mais aprofundado na forma de testes em humanos. Além disso, esses testes também devem testar mulheres. Mas, se a cannabis pode fornecer alívio para mulheres que sofrem de endometriose, câncer ginecológico ou menopausa, ela tem o potencial de melhorar a qualidade de vida de milhões de mulheres em todo o mundo. Atualmente, cerca de 176 milhões de mulheres em todo o mundo sofrem apenas de endometriose.

No entanto, se olharmos para trás no tempo, já podemos ver que as mulheres buscaram um alívio efetivo da cannabis. Conseqüentemente, se a história pode nos dizer algo, a cannabis pode ter um mérito considerável em aliviar a dor e o desconforto resultantes de condições ginecológicas crônicas.