Dra. Amanda apresenta: Professor Carlini e Padre Ticão, responsáveis pela popularização do saber sobre a cannabis

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Dizem que a ciência e a religião não se misturam. Mas, não é bem assim no Brasil. Na coluna desta semana quero falar sobre dois nomes extremamente importantes para a cannabis, que enfrentaram barreiras e deixaram contribuições fundamentais para a sociedade: o professor Elisaldo Luiz de Araújo Carlini, médico e um dos maiores especialistas em cannabis no Brasil; e o padre Antonio Luiz Marchion, conhecido como padre Ticão, pároco da Paróquia de São Francisco de Assis. Juntos, são os grandes responsáveis pelo Curso de Cannabis Medicinal da Unifesp.

Maior referência no Brasil sobre estudos da cannabis medicinal, o professor Carlini dedicou mais de 50 anos da sua vida profissional aos estudos da cannabis, tornando-se um militante pela legalização da utilização medicinal da cannabis no país e extremamente respeitado internacionalmente.

Carlini começou a estudar psicofarmacologia ainda na década de 60 e, em 1973, foi o primeiro a observar, em modelo animal, a ação da cannabis no controle das convulsões. De fato, ele foi um precursor e, mesmo com todas as adversidades que a época o impunha, ele publicou mais de 400 artigos científicos. Carlini também é citado mais de 12 mil vezes em pesquisas científicas nacionais e internacionais

Elisaldo Carlini foi precursor das pesquisas sobre maconha medicinal. Publicou mais de 400 artigos científicos. Autor de trabalho pioneiro que descreveu o efeito terapêutico do canabidiol na epilepsia.”

“Quando estudamos a história da maconha, é fácil ver que na proibição de seu uso médico não há nada de científico, e sim ideológico”, disse Carlini em entrevista à Revista Pesquisa da Fapesp.

Carlini também foi um dos responsáveis por demonstrar que administrar CBD com THC em determinadas concentrações consegue modular melhor o efeito da cannabis. E, tudo isso, ainda na década de 70 e 80.

Infelizmente, a falta de apoio e incentivo fez com que o país não aproveitasse da melhor forma todo este potencial de Carlini. Se os tempos fossem outros, com toda certeza o nosso país já estaria muito mais avançado quando falamos sobre a utilização medicinal da cannabis.

Em dezembro de 2020, o professor Carlini faleceu aos 91 anos, após muita luta e pesquisa sobre a cannabis. Mas, um pouco antes de falecer, Carlini encontrou um companheiro que o ajudaria a difundir e a defender ainda mais o uso medicinal da cannabis: o Padre Ticão.

Antonio Luiz Marchioni, conhecido como Padre Ticão, foi uma liderança religiosa e social na zona leste de São Paulo, pároco da Paróquia de São Francisco de Assis, em Ermelino Matarazzo, desde 1982.

O padre sempre esteve ligado aos movimentos sociais e demandas populares. Na década de 70, apoiou a greve dos bóias-frias e professores no interior do estado de São Paulo. Lutou pela construção de conjuntos habitacionais e foi um dos líderes do movimento pela criação do Parque Dom Paulo Evaristo Arns e do Hospital de Ermelino Matarazzo, ambos na zona leste de São Paulo.  Na região, fez parte da mobilização para a instalação da USP Leste e da Universidade Federal de São Paulo.

Extremamente ligado à comunidade, Ticão viu de perto o sofrimento e a luta de diversas mães e famílias pelo acesso à utilização medicinal da cannabis. Conheceu o professor Elisaldo Carlini e, em conjunto com o pesquisador, mudou a história da cannabis e de muitas famílias no país.

“Não vou dizer que Deus é maconheiro. Mas ele é cannabista”, disse em 2019 o padre Ticão.

“A cannabis é fantástica. Serve para tratar várias doenças, e isso está provado no mundo todo. No Brasil só é crime porque os grandes grupos querem ter o monopólio disso. Quando legalizar a maconha, eles já terão todo o know-how”, disse também Ticão.

O fato é que em parceria com a Universidade Federal de São Paulo, Ticão abrigou em sua igreja um curso gratuito sobre a utilização medicinal da cannabis. Lotou os salões com famílias que buscavam uma solução para inúmeras questões. Conforme ele contou em uma entrevista à Revista Carta Capital, o pedido surgiu da própria comunidade, que buscava se informar mais sobre a cannabis.

A primeira edição do curso começou com pouco mais de 500 inscritos. Hoje, o curso ganhou outras proporções. O Curso de Cannabis Medicinal saiu da igreja de Ticão, que faleceu no início de 2021 aos 69 anos, ganhou o digital e pretende, em sua oitava edição, formar cerca de 20 mil pessoas este ano.

O VIII Curso de Cannabis Medicinal está com inscrições abertas até o final deste mês de agosto. Eu já fiz, também online, e recomendo a todos. Em um semestre de aula, você aprende muito sobre a história da cannabis, seu lado social, jurídico e medicinal. Em um semestre, com toda certeza, você terá um pouco mais do professor Carlini e do Padre Ticão em sua vida.

O curso é uma parceria da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC) da Unifesp, com o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) e com o Movimento pela Regulamentação da Cannabis Medicinal (Movrecam). As inscrições terminam no dia 29 de agosto.

Conheça a Dra. Amanda Medeiros


Amanda Medeiros Dias

Dra. Amanda Medeiros Dias (Crm 39.234 PR) é médica com pós-graduação em pediatria e nutrologia pediátrica e, atualmente, está cursando Psiquiatria Infantil pelo CBI Miami. Possui Certificação Internacional Green Flower de Medicina Endocanabinoide.

Com experiência na prática clínica com crianças e adultos, visão integrativa olhando o paciente como um todo, possui experiência prática mesclando medicina com aromaterapia e cromoterapia, com foco na visão holística. 

Além de prescritora, é paciente de cannabis medicinal desde 2018. Também é diretora técnica no Instituto Coração Valente e médica voluntária em projetos da UNA (Unidos pela Amazônia).

Para entrar em contato com a Dra. Amanda Medeiros:

Instituto Coração Valente

E-mail: contato@institutocoracaovalente.com.br

Telefone – (41) – 99725-1582

Clínica Gravital

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Com informações da Unifesp