Nesta semana, a mulher do sambista Arlindo Cruz contou sobre o tratamento com medicamento à base de cannabis como parte do processo de recuperação de um Acidente Vascular Cerebral que sofreu em 2017. O músico chegou a ficar dois anos internado e, hoje, se recupera em casa.
Na postagem, o músico aparece tomando sol e ouvindo música. Na legenda da publicação, a família informou que ele tem tido melhora significativa com o novo tratamento.
“Tratamento à base de óleo de cannabis que já vem mostrando resultados significativos em aspectos físicos e cognitivos. Esse é só o início, poeta. Estamos muito esperançosos”, escreveu Babi Cruz na conta do músico.
O vídeo de Arlindo ganhou os portais do país e reacendeu a esperança em muitos pacientes e familiares que passam pela mesma condição e nunca tiveram contato com a utilização medicinal da cannabis.
Apesar da falta de pesquisas, que tanto falamos por aqui, o canabidiol já demonstrou possuir efeitos anti-inflamatórios, analgésicos, ansiolíticos e imunossupressores. Agora, quando olhamos para a relação entre cannabis e cérebro, vemos que os benefícios incluem:
Protege as células cerebrais
Resiste ao dano oxidativo no cérebro
Melhora o fluxo sanguíneo para o cérebro
Reduz a pressão alta
Reduz a toxicidade do glutamato
Promove a recuperação mais rápida de neurônios danificados após um acidente vascular cerebral
Quando os neurônios são incapazes de obter o oxigênio e os nutrientes de que precisam, eles ficam danificados e podem morrer, causando danos neurológicos duradouros. O CBD é especialmente útil para a saúde dos neurônios.
Todas as nossas células precisam de oxigênio e uma fonte de energia para sobreviver. Assim que o fluxo sanguíneo é cortado de uma célula, ela fica doente.
Na ausência de oxigênio, a célula produz subprodutos metabólicos tóxicos enquanto tenta continuar fazendo seu trabalho. Esses compostos metabólicos são frequentemente chamados de radicais livres. Nosso corpo usa algo chamado antioxidantes para nos ajudar, estabilizando esses compostos de radicais livres e evitando que eles causem danos ao corpo.
O dano oxidativo é a principal característica para o dano duradouro do AVC e é uma das principais áreas de tratamento. CBD e extratos de cânhamo de espectro total têm altas concentrações de antioxidantes que ajudam a proteger os neurônios contra danos quando compostos tóxicos se acumulam.
A pressão arterial elevada é uma das principais causas de acidente vascular cerebral, ela pode aumentar as chances de ter outro AVC. Um ensaio clínico randomizado descobriu que uma dose de 600 mg de CBD foi capaz de reduzir os escores de pressão arterial em repouso em 6 mmHg.
O canabidiol também demonstrou proteger contra a toxicidade do N-metil-D-aspartato e do peptídeo beta-amilóide. Isso sugere que o CBD pode proteger os neurônios de danos relacionados à idade e tem o potencial de prevenir derrames causados pelo declínio cognitivo relacionado à idade.
Um estudo mostrou que o CBD pré-tratamento pode ter um efeito neuroprotetor em pacientes com AVC. Os pesquisadores identificaram que o fitocanabinoide pode reduzir os efeitos destrutivos do dano celular associado ao acidente vascular cerebral.
Um estudo realizado na Universidade de Fukuoka no Japão em 2010 investigou se o CBD poderia ser uma opção de tratamento eficaz para pacientes em reabilitação de AVC isquêmico.
Eles descobriram que o CBD ajudou oferecendo um efeito protetor cerebral duradouro, auxiliando na recuperação, prevenindo mais danos cerebrais e melhorando a função motora.
Em 2017, na Espanha, pesquisadores também concluíram que o CBD minimiza os danos cerebrais e melhora a recuperação funcional em pacientes com AVC isquêmico.
Eles descobriram que a ingestão de CBD levou à recuperação funcional a longo prazo dos pacientes, reduzindo a morte e o dano das células nervosas, bem como a inflamação destrutiva do tecido nervoso.
Um estudo realizado em 2004 pelo Departamento de Farmacologia Experimental da Universidade de Nápoles, na Itália, descobriu que os efeitos antioxidantes do CBD também podem ser a razão pela qual ele ajuda na recuperação do AVC.
Como falado, ainda necessitamos de mais evidências científicas sobre a utilização da cannabis no tratamento do AVC. No entanto, a prática médica, como no caso do cantor Arlindo Cruz, tem demonstrado que a cannabis pode fornecer benefícios para o paciente. Mas, como todo e qualquer tratamento que envolva a cannabis, consulte sempre o seu médico para entender qual é o melhor tratamento para o seu caso.
