A cannabis medicinal está sendo cada vez mais estudada como uma opção terapêutica para várias condições de saúde, e pesquisas recentes mostram benefícios promissores para a terceira idade. Estudos têm indicado que a cannabis pode auxiliar no tratamento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e demência, além de proporcionar alívio para outras condições comuns em idosos, como hipertensão e dor crônica.
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Ben-Gurion, em Israel, revelou que a cannabis pode ser eficaz no tratamento da hipertensão em idosos. Após três meses de uso da cannabis, os participantes do estudo relataram uma redução significativa da pressão arterial. Essa descoberta é promissora, considerando que a hipertensão é comum entre os idosos e pode levar a complicações cardiovasculares.
Além disso, a cannabis tem mostrado potencial no tratamento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e demência. Estudos têm demonstrado que os componentes da cannabis, como o CBD (canabidiol) e o THC (tetra-hidrocanabinol), podem ajudar a reduzir a inflamação e a formação de placas no cérebro, características dessas doenças. Isso pode resultar em melhora dos sintomas, como distúrbios do sono, agitação e problemas cognitivos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também expressou apoio ao uso do CBD no tratamento de doenças neurodegenerativas, incluindo o Alzheimer. Estudos em camundongos mostraram que o CBD pode reverter déficits cognitivos e reduzir a inflamação, o que sugere um potencial efeito preventivo contra a doença de Alzheimer.
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Um estudo publicado no Journal of Alzheimer’s Disease em 2014 investigou os efeitos do CBD em camundongos com Alzheimer e seus déficits cognitivos. Os resultados mostraram que o CBD foi capaz de reverter alguns desses defeitos, reduzindo a neuroinflamação. Os pesquisadores concluíram que o CBD pode ter um efeito preventivo contra a doença de Alzheimer, desde que os resultados sejam replicáveis em seres humanos.
Em um relatório de 2019 para a Agência Canadense de Medicamentos e Tecnologias em Saúde, os pesquisadores destacaram descobertas iniciais sobre como a cannabis afeta a demência. Eles relataram uma diminuição na agitação entre pacientes com demência, bem como melhorias no comportamento motor problemático, irritabilidade e desinibição.
Além das descobertas sobre o CBD, os cientistas também observaram que o THC pode ter a capacidade de reduzir as placas amilóides que se acumulam no cérebro de pessoas com demência. Essas placas interferem na correta sinalização dos neurônios, resultando em sintomas como agitação e distúrbios do sono. Um estudo publicado na Molecular Pharmaceutics em 2006 mostrou que o THC pode inibir a enzima acetilcolinesterase (AChE) e prevenir a agregação do peptídeo beta-amiloide (AB) induzida pela AChE. Esses mecanismos estão relacionados à doença de Alzheimer, e ao impedir a deposição do AB induzida pela AChE, o THC pode potencialmente prevenir a deterioração dos neurotransmissores.
Em 2017, um estudo adicional realizado pelo Instituto Nacional do Envelhecimento demonstrou como a cannabis pode retardar o envelhecimento no cérebro de camundongos. Ao administrar baixas doses de THC, os pesquisadores observaram melhorias no funcionamento cognitivo de camundongos mais velhos.
Outro benefício da cannabis para os idosos é o seu potencial para aliviar a dor crônica. Muitos idosos sofrem com condições dolorosas, e a cannabis tem sido relatada como uma opção eficaz para o alívio da dor, oferecendo uma alternativa aos opioides e outros medicamentos que podem ter efeitos colaterais adversos.
Um estudo recente demonstrou que o uso de cannabis entre pessoas com 65 anos ou mais está em constante crescimento. Cerca de 15% dos idosos pesquisados admitiram ter utilizado cannabis para fins terapêuticos nos últimos três anos. Muitos relataram melhora na dor, ansiedade e qualidade do sono.
É importante ressaltar que o uso de cannabis medicinal na terceira idade deve ser supervisionado por profissionais de saúde, levando em consideração a saúde geral do paciente, possíveis interações medicamentosas e doses adequadas. Além disso, é essencial que os idosos conversem com seus médicos sobre o uso da cannabis para garantir uma abordagem segura e adequada ao tratamento.
Com pesquisas em andamento e avanços na compreensão dos benefícios terapêuticos da cannabis, é provável que mais idosos considerem essa opção como parte de seu plano de cuidados de saúde. No entanto, é necessário continuar investigando e avaliando os efeitos e os possíveis riscos associados ao uso da cannabis na terceira idade, para garantir sua segurança e eficácia como tratamento.
E, lembre-se, antes de iniciar qualquer tratamento, consulte o seu médico.
Conheça a Dra. Amanda Medeiros
Dra. Amanda Medeiros Dias (Crm 39.234 PR) é médica com pós-graduação em pediatria e nutrologia pediátrica e, atualmente, está cursando Psiquiatria Infantil pelo CBI Miami. Possui Certificação Internacional Green Flower de Medicina Endocanabinoide.
Com experiência na prática clínica com crianças e adultos, visão integrativa olhando o paciente como um todo, possui experiência prática mesclando medicina com aromaterapia e cromoterapia, com foco na visão holística.
Além de prescritora, é paciente de cannabis medicinal desde 2018. Também é diretora técnica no Instituto Coração Valente e médica voluntária em projetos da UNA (Unidos pela Amazônia).
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