Semanalmente tratamos nesta coluna sobre os benefícios da terapia canabinoide em diversas condições e, também, a respeito dos inúmeros métodos de aplicação: que vão do óleo aos adesivos transdérmicos. Na coluna desta semana quero tratar de um tema que ainda gera muitas dúvidas na cabeça do paciente: flores de CBD.
Ainda assim, todos estão interessados nas propriedades medicinais do CBD, as flores de CBD são uma maneira de colher esses benefícios, principalmente para condições que pedem uma atuação mais rápida. E, isso se dá por conta da biodisponibilidade que a vaporização gera.
A biodisponibilidade é a taxa e a proporção na qual um medicamento entra na corrente sanguínea. É uma medida de quantos canabinoides são capazes de atingir a corrente sanguínea e com que eficácia. Maior biodisponibilidade significa uma maior quantidade de canabinóides percorrendo o corpo em um ritmo mais rápido, produzindo um efeito mais forte.
Vaporizar uma flor de CBD tem uma biodisponibilidade que pode atingir mais de 50%, o que significa que mais do que o dobro de CBD entra na corrente sanguínea quando é vaporizado do que quando o CBD é ingerido.
Ao vaporizar flores ricas em CBD, os alvéolos absorvem diretamente o CBD na corrente sanguínea através dos pulmões, eliminando totalmente os processos digestivos do fígado. Isso significa que os efeitos são menos filtrados do que quando o CBD passou pelo seu interior.
Essencialmente, vaporizar maconha rica em CBD é provavelmente a opção mais eficiente – e reduz a ingestão de calorias. Os efeitos da vaporização ocorrem um pouco mais lentamente do que fumar.
E como um vaporizador aquece a ‘flor’ sem queimá-la, os ingredientes ativos são inalados como vapor e não há fumaça envolvida, eliminando a temida e danosa combustão. Isso o torna uma alternativa mais saudável ao fumo.
O ator de fumar vem com efeitos colaterais que podem incluir irritação das vias aéreas e bronquite crônica. Sem contar nos malefícios que a combustão gerada ocasiona no corpo humano. Por isso, o recomendável é que, quando for fazer uso das flores de cannabis, faça através de um vaporizador.
A vaporização tem mais vantagens porque dá aos usuários a capacidade de ajustar a temperatura para que sua experiência com a cannabis seja mais benéfica.
As temperaturas mais baixas usadas na vaporização permitem a preservação de muitos compostos benéficos. Como resultado, o vapor subsequente é muitas vezes mais potente, permitindo que os pacientes utilizem todo o potencial terapêutico presente.
A temperatura utilizada dita a intensidade do efeito medicamentoso. Quanto maior a temperatura, mais potente e mais rápido é o efeito. Isso ocorre porque os canabinoides e os terpenos têm pontos de ebulição diferentes.
Estudos sobre o CBD mostraram que ele pode aliviar a dor, vaporizar flores de CBD pode ajudar a diminuir essas dores de uma forma mais rápida por conta da biodisponibilidade. Outro uso conhecido é que ele ajuda a lidar com a ansiedade.
E, nos Estados Unidos, a vaporização do CBD está sendo uma grande aliada daqueles que pretendem abandonar o tabaco e o cigarro. Um estudo recente examinou o resultado de dar às pessoas um inalador de CBD enquanto tentavam parar de fumar. As pessoas que receberam o inalador de CBD conseguiram reduzir o tabagismo em 40%.
O CBD também é conhecido por sua capacidade de diminuir a ansiedade e o estresse, que são obstáculos difíceis para os fumantes que tentam parar.
Mas, lembre-se, antes de iniciar qualquer tratamento, converse sempre com o seu médico para entender a sua condição e a melhor forma de administração.
Conheça a Dra. Amanda Medeiros
Dra. Amanda Medeiros Dias (Crm 39.234 PR) é médica com pós-graduação em pediatria e nutrologia pediátrica e, atualmente, está cursando Psiquiatria Infantil pelo CBI Miami. Possui Certificação Internacional Green Flower de Medicina Endocanabinoide.
Com experiência na prática clínica com crianças e adultos, visão integrativa olhando o paciente como um todo, possui experiência prática mesclando medicina com aromaterapia e cromoterapia, com foco na visão holística.
Além de prescritora, é paciente de cannabis medicinal desde 2018. Também é diretora técnica no Instituto Coração Valente e médica voluntária em projetos da UNA (Unidos pela Amazônia).
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