O pulso ainda pulsa. A primeira edição da ExpoCannabis Brasil começou nesta sexta-feira pedindo passagem, demonstrando para o país inteiro que existe uma cultura, uma indústria e, mais do que isso, um público gigantesco lutando por espaço, reconhecimento e regulamentação.
Pulsante como um coração acelerado, talvez esta definição materialize o sentimento vivido pelas milhares de pessoas que lotaram o pavilhão da São Paulo Expo, na zona sul da cidade, em busca de conhecimento, produtos, diversão e tudo o que está ao redor da cultura da maconha.
Para se ter dimensão do que foi o primeiro dia da Expocannabis Brasil, Eduardo Suplicy, deputado estadual em São Paulo, vestindo uma camiseta da Associação Flor da Vida, parou a feira. Ele mal conseguiu andar pelos corredores, que já estavam apertados com as pessoas fascinadas com o tanto de estandes e produtos que estavam expostos. Além dele, o deputado Caio França, um dos políticos mais ativos da causa, também esteve no evento.
Sementes, roupas de cânhamo, espaço para associações de pacientes, empresas medicinais, acessórios e, claro, as tão icônicas e amadas plantas de maconha. Diferentemente da Expocannabis do Uruguai, onde elas ficam expostas na entrada do evento, ao ar livre e como um adereço de foto para os visitantes, no Brasil elas estão em uma caixa de vidro. Fruto da proibição em que vivemos.
“A gente merece muito isso”, contou Vitor, visitante entusiasmado logo na entrada da Expo.
Para entrar no evento, longas filas se formaram. Mas, nada disso tirou o humor dos visitantes, que aproveitaram o tempo para trocar informações sobre, claro, maconha.
O sucesso do primeiro dia da Expocannabis é uma resposta a Rodrigo Pacheco e parte dos políticos brasileiros que pretendem criminalizar, ainda mais, o consumo de maconha no país. É um sinal de que há um público ávido querendo ganhar cada vez mais espaço, repleto de conhecimento e disposto a lutar pelos seus direitos.
São esperados, ao menos, 24 mil pessoas nos três dias de evento. Todos os ingressos estão esgotados e, o melhor, para o próximo ano ela será ainda maior.