Quando resolvemos criar o Weederia em 2018, sabíamos que nossa missão não seria das mais fáceis. No entanto, 2018 nos reservou a eleição de Jair Bolsonaro para presidente da República. Um duro golpe em todos que lutam pelo fim da Guerra às Drogas e das consequências nefastas que ela causa.

Nos últimos quatro anos nós crescemos como veículo. Mas, o país não. O país perdeu muito. Estamos aqui para lutar por uma melhor política de drogas, para informar e, principalmente, para defender uma bandeira: a da legalização da maconha – seja qual for a sua finalidade.

O atual presidente já declarou inúmeras vezes que é contrário a isso e, ao lado de Osmar Terra, divulga inúmeras Fake News sobre o assunto. Mais ainda, nos atos de seu governo através da Política Nacional de Drogas (PNaD), do fortalecimento de comunidade terapêuticas, por ignorar a ciência e, também, pelo ataque ao Projeto de Lei 399/2015, Bolsonaro demonstrou que não está interessado na maconha. Mas, sim, continuar promovendo esta Guerra que encarcerar e matar apenas uma parte da população brasileira.

De acordo com o Global Policy Index, ranking que avalia a maneira como países lidam com a política de drogas, o Brasil aparece em último. Entre as 30 nações analisadas, o país perdeu até para Uganda, Indonésia, Quênia e México. 

A história da proibição da maconha no Brasil, e no mundo, está completamente ligada ao racismo, preconceitos e Fake News. No país, historicamente, a maconha ficou conhecida como ‘fumo de Angola’, o que demonstra que ela foi trazida pelos negros como parte de sua cultura.

O primeiro lugar do planeta a criminalizar a conduta de fumar maconha, evidentemente por racismo, foi o Brasil através da Lei do ‘Pito do Pango’, como podemos ver nas Posturas da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em sessão de 4 de outubro de 1830, na Seção Primeira Saúde Pública, Título 2º, Sobre a Venda de Gêneros e Remédios, e sobre Boticário, entrou em vigor o seguinte § 7º:

“É proibida a venda e o uso do “Pito do Pango”, bem como a conservação dele em casas públicas: os contraventores serão multados, a saber, o vendedor em 20$000, e os escravos, e mais pessoas que dele usarem, em 3 dias de cadeia.”

São quase 200 anos de proibição baseada no racismo, e isso tem de acabar. Eleger um governo com caráter racista, como já demonstrou inúmeras vezes o atual presidente e suas políticas públicas, só irá reforçar, cada vez mais, a política de repressão a uma parcela da sociedade.

Por isso, nesse momento tão delicado do país, nós dizemos e reforçamos o coro de ‘Não a Jair Bolsonaro’.