Os últimos quatro anos de governo brasileiro foram pautados no obscurantismo e na anticiência, basta ver o trabalho realizado pela equipe do Ministério da Saúde durante a epidemia da Covid-19. Chegamos a ter um presidente que ‘ofereceu’ cloroquina a uma ema. O novo governo, que assumiu em janeiro, parece querer varrer este pensamento de Brasilía e a entrevista da ministra da saúde Nísia Trindade, a Roberto D’Avila, na Globo News, é um sopro de esperança.
Nísia Trindade foi presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e deixou o cargo para ser a primeira mulher a assumir o Ministério da Saúde. Enquanto ocupou o cargo na Fiocruz, Nísia Trindade se mostrou bastante aberta à terapia canabinoide.
Em evento realizado em 2018, a então presidente da Fiocruz defendeu que as evidências científicas são fundamentais para o debate e precisam ser colocadas claramente na mesa. Na visão de Nísia, a opinião da comunidade científica e da sociedade, nas suas várias formas de representação, é fundamental para garantir o bem-estar da população na área da saúde. Nísia também falou sobre a necessidade de se ter liberdade nas pesquisas científicas.
“A agenda da Fiocruz defende de uma maneira muito clara o apoio a pesquisas. É fundamental a questão da regulamentação, do cultivo próprio e do desenvolvimento de fitoterápicos, além da ampliação da pesquisa para se avaliar outras possibilidades de uso medicinal em outras doenças”, disse a ministra enquanto presidente da Fiocruz.
E, tudo indica, que seguirá este pensamento como ministra. Durante a entrevista realizada na última segunda-feira, Nisia falou sobre o uso medicinal da cannabis. Segunda ela, é necessário olhar para as experiências em curso em outros países e avançar na realidade da saúde brasileira.
“Existe muita pesquisa e evidência científica. No caso da cannabis medicinal vários países do mundo a utilizam para tratamentos que vão desde epilepsia, alzheimer e tantos outros problemas de saúde. Creio que nós precisamos das evidências científicas, precisamos do diálogo com sociedade para romper com estes preconceitos e cuidar, que é a palavra chave”, destacou a ministra na entrevista.
Esta declaração é um sopro de esperança aos que passaram quatro anos em busca de resposta do governo à questão da utilização medicinal da cannabis.