Por Lucía Tedesco
O Parlamento da Espanha negou a legalização total da maconha para uso terapêutico e recreativo. O projeto foi proposto pela Esquerra Republicana da Catalunha (ERC). Mas não prosperou na Câmara.
É a segunda vez que o projeto é apresentado nesta legislatura e é rejeitado. O Partido Socialista (PSOE), o Partido Popular (PP), VOX e Foro foram os que votaram contra a proposta da ERC. Enquanto contava com o apoio do Unidos Podemos, do Partido Nacionalista Basco (PNV) e do Partido da Cidadania (Ex Cs), entre outros.
“Foi, é e será uma realidade, apesar de alguns tentarem esconder debaixo do tapete”, disse a deputada do ERC, Marta Rosique, segundo a agência espanhola EFE. Ela também afirma que a proposta busca “menos consumo, mais controle e menos máfias”.
Legalização da maconha na Espanha: Números não mentem
Rosique confirmou que as prisões por tráfico aumentaram 30% desde 2006 e quase metade delas são por maconha. O tráfico de maconha é o terceiro no ranking de crimes na Espanha, abaixo da cocaína e do haxixe.
Do ERC, eles querem regulamentar o uso adulto, medicinal, industrial e de pesquisa da planta. Além disso, buscam promover o direito ao autocultivo com no máximo seis plantas por pessoa. O partido vai para a legalização porque: “quando não tem lei, impõe-se a lei da selva”, afirmou o deputado.
Por que os partidos espanhóis se opõem?
Em nome do PSOE, o deputado Alfredo Sancho citou o Inquérito ao Álcool e outras Vícios em Espanha (EDADES) 2022. Este revelou que apenas 33% da população clama por regulamentação, enquanto 73% querem penas mais duras. No entanto, revisamos o documento e nenhuma dessas suposições e números estão presentes.
Por outro lado, o PP pede “não ceder aos radicais”. Foi o deputado Eduardo Carazo, que pediu para dizer não a “um consumo que destrói famílias e sociedades”.
Do Vox, Juan Luis Steegmann falou que a maconha causa “danos mentais e físicos”, “mais consumo de álcool e outros vícios” e “um aumento de 50% nos suicídios”. Embora não haja pesquisas conhecidas ou dados científicos nos quais ele tenha baseado seus argumentos.
Para contrariar as críticas, Lucía Muñoz, do Unidas Podemos, desqualificou o discurso dos partidos de oposição e garantiu que, se a iniciativa for apoiada, apresentarão projetos de melhoria para ela. Isso também foi apoiado pelos demais grupos que votaram a favor: Más País, CUP, JxCAT, PDeCAT, EH Bildu, PNv e Cs.
Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização