Por Nina Zdinjak

A legalização federal da cannabis pode reduzir as vendas de produtos farmacêuticos convencionais em bilhões de dólares, de acordo com um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual Politécnica da Califórnia e da Universidade do Novo México.

O estudo, U.S. Cannabis Laws Projected to Cost Generic and Brand Pharmaceutical Firms Billion, examinou o desempenho de empresas farmacêuticas de capital aberto após a legalização da cannabis medicinal e/ou de uso adulto.

Assim, confirmou que as ações de empresas farmacêuticas renderam 1,5-2% menos 10 dias após a legalização da cannabis, conforme relatado pela Universidade do Novo México.

Os resultados revelaram que essas reduções causaram bilhões de dólares em perdas anuais de vendas.

Estudos do programa federal de saúde Medicaid já revelaram como o acesso à maconha reduz o uso de opióides. No entanto, os pesquisadores dizem que este é o primeiro estudo desse tipo a examinar o impacto abrangente da maconha legal em produtos e tipos de pacientes.

Mas por que o impacto de uma planta é tão avassalador?

Embora todas as drogas sintéticas tenham sido criadas para atingir certas condições ou sintomas específicos, a cannabis afeta diferentes organismos de maneira diferente. Também serve como terapêutico para tratar uma variedade de condições, desde ansiedade e problemas de sono até enxaquecas e espasmos musculares.

Isso explica por que o impacto da maconha é tão poderoso.

Além disso, o preço dos medicamentos, muitas vezes proibitivo para muitos, cria uma pressão financeira sobre o governo federal e o sistema de saúde.

É por isso que muitos veem a maconha como uma ótima maneira de impulsionar a economia e lidar com a epidemia de opióides, entre outros benefícios.

Segundo os autores do estudo, a legalização total da cannabis em nível federal poderia resultar em uma redução de 11% nas vendas de medicamentos farmacêuticos convencionais.

“Atualmente, os pacientes de cannabis e seus provedores têm pouca informação para orientá-los em direção ao tratamento mais eficaz para sua condição”, disse a coautora Sarah Stith.

“O futuro da medicina da cannabis está em entender a prevalência e os efeitos da planta além do THC e do CBD e identificar maneiras de classificar a cannabis por características mensuráveis ​​com efeitos específicos. Imitar produtos farmacêuticos convencionais por meio da padronização pode não ser do melhor interesse da cannabis, dada a capacidade da planta de tratar tantas condições”, disse Stith.

Os autores destacaram que a legalização do uso adulto de cannabis teve mais que o dobro do impacto da legalização médica. Da mesma forma, os produtores de medicamentos de marca foram ainda mais afetados do que os de medicamentos genéricos.

Os pesquisadores argumentaram que, em vez de advogar contra isso, as empresas farmacêuticas poderiam se beneficiar do investimento em cannabis.

O caso Pfizer

Não é novidade dizer que a indústria farmacêutica não gostaria de ver a cannabis legalizada para fins lucrativos. No entanto, os números do estudo que medem os efeitos da legalização são impressionantes.

As empresas farmacêuticas são conhecidas por fazer lobby contra a maconha. Recentemente, a Coalizão Comunitária Antidrogas da América (CADCA), que luta contra a legalização federal da cannabis, removeu uma página de seu site que revelava a gigante farmacêutica Pfizer Inc. entre seus parceiros. PFE 0,30%.

Em dezembro de 2021, a Pfizer anunciou sua entrada na cannabis com a aquisição da Arena Pharmaceuticals, Inc. por US$ 6,7 bilhões. A Arena é uma empresa de biotecnologia sediada em San Diego com um segmento de seu portfólio de medicamentos dedicado a terapias com canabinóides.

A empresa está focada no desenvolvimento do medicamento Olorinab (APD371), um agonista do receptor canabinóide 2 oral, para o tratamento de vários sintomas, como dores viscerais relacionadas a doenças gastrointestinais.

Embora a Pfizer não trabalhe diretamente com plantas de cannabis até agora, está procurando drogas que tenham como alvo os receptores canabinóides. O caso sugere que a gigante farmacêutica também gostaria de dominar esse campo.

Matéria originalmente publicada no site Benzinga e adaptada ao Weederia com autorização