Um novo estudo divulgado na última semana sugere que a maconha foi domesticada pela primeira vez no período Neolítico, entre 3900 – 1700 aC no leste asiático e que sua utilização era tanto para fins ‘industriais’, utilização das fibras, quanto medicinais. De acordo com os pesquisadores, “todos os atuais cultivares de cânhamo divergiam de um pool genético ancestral atualmente representado por plantas selvagens e raças locais na China”.

Em entrevista ao New York Times, Lucas Fumagalli, um dos autores do estudo, disse que a hipótese é amplamente baseada em dados observacionais de exemplos selvagens na região.

“Essas são plantas que escaparam do cativeiro e se readaptaram ao ambiente selvagem, a propósito, é por isso que você chama de erva daninha, porque ela cresce em qualquer lugar.”

Para a realização do estudo, foram coletadas 82 amostras de maconha de todo o mundo, incluindo cepas que foram selecionadas para a produção de fibras, e outras da Europa e América do Norte que foram cultivadas para produzir grandes quantidades de THC. O DNA das plantas foi extraído e sequenciado. Os pesquisadores também baixaram e reanalisaram dados de sequenciamento de 28 outras amostras.

O resultado obtido foi o de que as variedades selvagens analisadas eram na verdade “fugas históricas de formas domesticadas” e que as cepas atuais na China – cultivadas e selvagens – eram as descendentes mais próximas do pool genético ancestral. Os pesquisadores concluíram que “os progenitores selvagens puros de C. sativa foram extintos”.

Em 2019 um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Vermont sugeriu que a maconha teria evoluído há 28 milhões de anos no planalto tibetano ao redor do lago Qinghai a cerca de 10.500 pés acima do nível do mar. Essa pesquisa observa que muitos biogeógrafos acreditam que a cannabis cresceu pela primeira vez na Ásia Central devido ao seu pólen ter aparecido pela primeira vez na Índia há mais de 32.000 anos e no Japão em 10.000 aC.