Por Franca Quarneti
A Secretaria de Saúde e Participação Cidadã da Prefeitura de Bogotá, Colômbia, revelou os resultados da Pesquisa de Cannabis que teve o objetivo de determinar o perfil dos cidadãos que consomem maconha para orientar uma regulamentação do uso da planta.
Durante a apresentação dos resultados da pesquisa, o secretário de Saúde, Alejandro Gómez, declarou: “Não há condição que gere mais mitos e mais estigmas do que a ignorância. Quando você não conhece um grupo humano diferente de você, você tende a gerar preconceito contra essas pessoas. Aconteceu conosco ao longo da história e, no caso da comunidade de cannabis, acho que essa condição também foi vivida”.
Enquanto isso, a pesquisa foi realizada por 4.564 participantes, graças à ajuda e divulgação de 167 organizações.
O que a pesquisa sobre cannabis em Bogotá revelou?
Idade
Da população consumidora, 57% dos pesquisados são jovens entre 18 e 28 anos e 38,7% têm entre 29 e 59 anos.
Em relação ao consumo por menores, 0,4% afirmou ter entre 12 e 17 anos.
Gênero
68,3% dos usuários de cannabis são homens, 28,2% mulheres e 3% outros.
Trabalho
Ao contrário dos estereótipos ultrapassados, o estudo descobriu que os usuários de cannabis em Bogotá não levam uma vida ociosa. Prova disso é que 72,9% pertencem ao regime de saúde contributivo e 13,9% ao subsidiado (o que significa que têm emprego).
Comércios
Em relação aos ofícios, 37,8% são profissionais e/ou técnicos, 21,4% são funcionários públicos ou privados, 15,3% são comerciantes, vendedores e/ou autônomos, 7,6% são artistas e/ou empresários culturais, 5,4% diretores, funcionários públicos, 2,4% trabalham em ONGs, 1,1% no setor agrícola e 9% em “outros”.
Educação
Quanto aos estudos, 28,2% são universitários, 3,6% estão cursando ou fizeram mestrado, 3,1% têm nível técnico e 3% têm especialização.
Usos da cannabis em Bogotá
58% dos entrevistados usam maconha para fins recreativos, 20% para fins medicinais e 16% para fins espirituais.
Enquanto isso, entre os que consomem cannabis para uso adulto, 31% o fazem para passar o tempo sozinhos, outros 31% em companhia, 24% para trabalhar, estudar ou outras atividades produtivas e 14% para atividades esportivas.
Declarações do governo
Julián Orjuela, Subsecretário de Gestão Territorial, Participação Social e Atendimento ao Cidadão, assegurou: “São pessoas que têm uma vida normal, são as pessoas com quem convivemos em nosso local de trabalho, em nossas casas. É fundamental que desmistifiquemos para entender os cenários. Temos que transformar essa visão conservadora que temos historicamente, esse é um passo para entender, para a inteligência, para o cuidado com a vida”.
Você pode ver a pesquisa completa clicando aqui.
Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização
