No final de fevereiro aconteceu o Festival Internacional Cinecannábico de Buenos Aires 2023 e, na mostra, foi realizada a Competição Internacional de Longas-Metragens, na qual foram premiados filmes e documentários que refletem a perspectiva política e cultural do evento.

Abaixo, os vencedores de cada categoria:

Na Competição Internacional de Curtas-Metragens, foi atribuída uma Menção Honrosa a “Cartas de uma pandemia – Carta II” de Ilén Juambeltz. O júri destacou a simplicidade da narrativa e os recursos limitados usados ​​para criar uma história poderosa e comovente. O filme aborda o uso de maconha em uma situação extrema, como o confinamento, a partir de uma perspectiva de autocuidado.

O primeiro prêmio na Competição Internacional de Curtas-metragens foi atribuído a “Devo dizer que uso outras drogas?”, de Dana Bonilla e Raúl Lescano. O curta usa o recurso de arquivo e citações para falar sobre tabu, prazer, redução de danos e proibicionismo. O júri destacou a força e a solidez do discurso, que desafia o espectador a ultrapassar os limites do estigma social e a deixar de ser cúmplice do silêncio e da desinformação.

Na Competição Internacional de Documentários, o primeiro prêmio foi atribuído a “La Danza del Cocuy” de Gabriela Fuentes e Yuruani Rodriguez. O júri destacou a excelente pesquisa, produção e trabalho de som do filme, que questiona a proibição do amor aos laços, saberes ancestrais, intergeracionalidade, redes, instituições, ciência e por fim o Estado. O olhar sensível dos diretores para com os protagonistas gerou uma empatia com eles, suas lutas e tradições.

Na Competição Internacional de Longas Metragens de Ficção, foi atribuída uma Menção Honrosa a “Fósforos Mojados” de Sebastián Duque. O júri celebrou o olhar fresco e sensível do filme com identidade própria, que mostra de forma atraente o universo pessoal dos personagens e seus vínculos. Ele enfatiza que a obra convida a valorizar o amor pela natureza e a sabedoria que vem do cuidado com as plantas. A relação com a música, grande aliada da cannabis, também foi destacada pelo júri.

Finalmente, o primeiro prêmio na Competição Internacional de Longas-Metragens de Ficção foi atribuído a “La Uruguaya” de Ana García Blaya. O júri destacou as excelentes atuações dos personagens complexos, as pitadas de humor e a autenticidade do filme. A brilhante reinterpretação da obra escrita, que transforma um conflito essencialmente masculino ao percorrê-lo com uma perspectiva de gênero que enriquece a obra nesta versão audiovisual, também foi destacada pelo júri. A solidez do filme, apesar de não ter um orçamento ostensivo, e o método particular de produção coletiva também foram destacados pelo júri.

Foto: Reprodução


Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização