Domingo foi um dia histórico na Colômbia, Gustavo Petro tomou posse como presidente do país diante de centenas de milhares de pessoas que participaram da cerimônia de posse em Bogotá. Com mais de 11 milhões de votos, Petro se tornou o primeiro esquerdista a ser eleito no país.

Durante a cerimônia de posse, Petro falou sobre os efeitos que a guerra às drogas, apoiada financeira e militarmente pelos Estados Unidos, causaram na Colômbia e na sociedade.

“A guerra às drogas matou milhões de latino-americanos nestes 40 anos e deixou 70 mil norte-americanos mortos por overdose anualmente. A guerra às drogas levou os Estados a cometer crimes e evaporou o horizonte da democracia”, disse.

“Vamos esperar que mais um milhão de latino-americanos sejam assassinados e que o número de mortes por overdose nos Estados Unidos suba para 200.000 a cada ano? Ou melhor, trocaremos o fracasso por um sucesso que permita à Colômbia e à América Latina viver em paz?”, acrescentou Petro.

Em julho, o senador colombiano Gustavo Bolívar apresentou um projeto de lei para legalizar o uso adulto da cannabis. Com o direcionamento de Petro, há uma grande esperança de que o projeto seja aprovado.

Conforme já relatou o site Benzinga, o objetivo da nova legislação é criar um marco regulatório para o cultivo, produção, armazenamento, processamento, comercialização e uso de cannabis e seus derivados para uso informado por adultos.

Em junho, o presidente eleito Petro publicou seu plano de governo. Conforme relatado pelo El Planteo, Petro planeja dar um impulso especial ao valor da cannabis durante seu mandato.

O programa do governo de Petro sustenta que a guerra às drogas fracassou. “O país precisa avançar (…) em direção a uma agenda internacional concertada baseada nos direitos humanos e na construção da paz, a transformação econômica dos ambientes produtivos sem criminalizar os produtores, a proteção da natureza (…) e a abordagem do consumo como problema de saúde pública”, lê-se no texto do programa do governo.

De acordo com o programa do governo, “a produção de cannabis e seus derivados terão um marco legal que privilegie as licenças e apoio técnico comercial às famílias produtoras, garantindo que os pequenos proprietários e cooperativas de produtores participem do mercado e que na comercialização, uma distribuição segura para o consumidor e é garantida uma importante arrecadação de impostos para o Estado.

Foto: Reprodução Twitter