Por Franca Quarneti
Um estudo publicado no Journal of Archaeological Science descobriu vestígios de coca e ayahuasca em duas múmias de crianças sacrificadas pelo império Inca no Peru.
Os Incas eram o maior império da América pré-colombiana. O início de sua civilização data do ano de 1197 e seu declínio em 1572, após a conquista espanhola.
O estudo, realizado por uma equipe de arqueólogos de universidades polonesas, descobriu vestígios de consumo de folhas de coca e ayahuasca no cabelo de crianças sacrificadas no Monte Ampato, no sul do Peru, há mais de 500 anos.
Ayahuasca para reduzir a ansiedade e estados depressivos
O resumo da investigação arqueológica destaca que as plantas alucinógenas e os estimulantes psicotrópicos desempenharam um papel importante nas crenças, rituais e práticas divinatórias dos antigos Andes.
Enquanto isso, os pesquisadores garantem que o sacrifício das crianças ocorreu durante um ritual de capacocha, uma das cerimônias mais significativas do Império Inca, que geralmente era realizado durante o mês das colheitas e consistia em fazer oferendas de agradecimento ao sol.
No entanto, o ritual também era realizado em ocasiões especiais, como a morte ou doença do Inca (governante) ou algum desastre natural. Durante a cerimônia, crianças e jovens consideradas “belas e imaculadas” foram sacrificadas.
Assim, os resultados mostraram que as crianças sacrificadas mascavam folhas de coca e consumiam ayahuasca (bebida com efeitos alucinógenos) durante suas últimas semanas de vida.
“Os incas podem ter usado conscientemente as propriedades antidepressivas da Banisteriopsis caapi – o principal ingrediente da ayahuasca – para reduzir a ansiedade e os estados depressivos das vítimas”, conclui o estudo.
Matéria originalmente publicada no site El Planteo e adaptada ao Weederia com autorização