Por Lara Goldstein

Um novo estudo revela as imagens cerebrais mais avançadas dos efeitos do composto psicodélico DMT.

O estudo, liderado por um grupo do Imperial College de Londres, monitorou a atividade cerebral de 20 voluntários saudáveis recebendo uma injeção de 20 mg de DMT ou um placebo por meio de ressonância magnética funcional (fMRI) e eletroencefalografia (EEG) antes, durante e depois da sessão psicodélica.

Os resultados demonstram como as estruturas normais do cérebro mudam seus modos hierárquicos padrão para uma comunicação e conectividade mais fluida e flexível entre regiões relacionadas à imaginação, linguagem, memória e outras funções de nível superior.

“Na dose que usamos, é incrivelmente potente”, disse o professor de neurologia e psiquiatria da UCSF Robin Carhart-Harris. “O que vimos é que o DMT quebra as redes básicas do cérebro, fazendo com que elas se tornem menos distintas umas das outras. Também vemos os principais ritmos do cérebro – que servem a uma função altamente inibitória e restritiva – quebrar e, em conjunto, a atividade cerebral torna-se mais entrópica ou rica em informações”, características que foram enumeradas antes e agora são confirmadas pelas imagens.

Quanto mais forte a intensidade da experiência, mais hiperconectadas eram essas áreas do cérebro, explicou o chefe do estudo, Chris Timmermann.

O DMT é de ação curta, o que o torna “uma ferramenta muito flexível”, acrescentou.

A combinação de varreduras e EEGs forneceu uma visão avançada do cérebro no DMT; no entanto, os pesquisadores suspeitam que “enquanto os aspectos mais novos e evoluídos do cérebro se desregulam sob o DMT, os sistemas mais antigos do cérebro podem ser desinibidos”, como acontece nos sonhos.

“Este é apenas o começo para resolver a questão de como o DMT funciona para alterar a consciência de forma tão dramática”, concluiu Carhart-Harris.


Matéria originalmente publicado no site Benzinga e adaptada ao Weederia com autorização