Por Nina Zdinjak
Lembra do esquema de pirâmide em massa organizado pela JuicyFields, a plataforma de investimento em maconha? O golpe que garantiu 66% de lucro em três meses e, de repente, congelou todos os saques em dinheiro e derrubou todas as redes sociais de seus clientes?
O mesmo.
Há mais notícias sobre a verdadeira história do golpe perpetrado em centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. O advogado sueco Lars Olofsson planeja entrar com uma ação coletiva contra várias mídias sociais e plataformas de mídia, que ele alega terem facilitado o golpe.
Olofsson disse no Green Market Report que, por enquanto, quer iniciar os processos contra o Facebook META, Instagram, Forbes, Google GOOGL, CNN e YouTube. O advogado continuou dizendo que todas essas empresas permitiram que a JuicyFields se promovesse em suas plataformas, redes sociais ou revistas, e não apenas como contas regulares, mas com publicidade paga.
Olofsson acrescentou que também vai processar os governos da Alemanha, Holanda, Suécia e Chipre por negligência grosseira, já que as autoridades financeiras desses países não estavam cientes do que estava acontecendo.
O advogado indicou que havia cerca de 125.000 contas de investidores na plataforma no momento em que entrou em colapso, o que expôs a fraude maciça. Olofsson está agindo em nome de aproximadamente 800 reclamantes e diz que os US$ 2 bilhões/US$ 2,5 bilhões que estavam nessas 125.000 contas provavelmente estão perdidos para sempre.
Ele acredita que os golpistas fugiram com o dinheiro e que não faz sentido tentar encontrá-lo.
Embora já exista outra ação coletiva para 1.200 clientes fraudados que foi movida em agosto na Espanha, Olofsson não vê uma perspectiva muito positiva, principalmente porque os responsáveis pelo golpe ainda não foram identificados.
Qual é a estratégia de jogo de Olofsson, então?
Olofsson abre um precedente ao enfrentar gigantes da tecnologia por sua devida diligência nas negociações com seus clientes, anunciantes e afiliados. O advogado explicou que houve um caso semelhante em que uma ação foi movida contra a Visa para fornecer serviços de processamento de pagamentos para distribuição de pornografia infantil no Pornhub. Embora o caso ainda esteja em andamento, Visa e Mastercard suspenderam os pagamentos com cartão para publicidade no Pornhub, conforme discutido no Green Market Report.
Por esse motivo, Olofsson decidiu atacar os gigantes bancários e da mídia, que também lucraram com as atividades ilícitas do JucyFields e que de alguma forma facilitaram o golpe.
“As grandes corporações não fizeram a devida diligência para saber com quem fazem negócios, os bancos desrespeitaram as regulamentações em massa e as autoridades governamentais não viram o que estava acontecendo bem na frente de seus olhos”, disse Olofsson. “Além disso, muitos indivíduos de alto perfil que apoiam a legalização da cannabis e estão ‘limpando’ a indústria da cannabis estão na folha de pagamento da JuicyFields e receberam taxas de consulta mais altas do que o normal”.
Olofsson também destacou que, embora a investigação seja complexa, para simplificar, já foi possível identificar 70 pessoas, 60 bancos e 40 empresas associadas às operações e propagandas do JucyFields.
“Tenho toneladas de informações de muitas empresas, indivíduos e autoridades governamentais que falharam em suas responsabilidades ou facilitaram para a JuicyFields vender, comercializar e sustentar o golpe por mais de dois anos. Isso inclui vários bancos”, disse Olofsson.
Matéria originalmente publicada no site Benzinga e adaptada ao Weederia com autorização